29 dezembro 2008

Sentir...

Salto de sonho em sonho, até um dia o mundo acabar em chamas geladas de uma flor chamada paixão...
O perfume que inebria será no escuro a seiva de todos os sentidos, será o final do delírio inconstante de uma estrada por encontrar, será o principio do poder voar... por entre os sabores da lua e a ecoar na noite estará a mensagem...
O paraíso terá a sua revelação nesta sucessão que embala o espírito numa cadência feita de suspiros...

28 dezembro 2008

... Horizonte...


Um zelo constante de agir de forma justa, definida em plena consonância pela razão e o sentir. Será a quebra do valioso momento, pois de mãos dadas poderá andar o casal enamorado recentemente, a mãe e sua descendente, a amiga e sua companheira carente… Mas, andará por uma só vez, a razão e o sentir juntos de mão dada?
Seremos eternamente subjugados ao capricho de cada um deles, desnorteando-nos a cada segundo pois as suas vozes são confundíveis e sobreponíveis em demasiadas fracções de tempo da nossa vida.
Acariciam-nos de tal maneira implacáveis, que, ora nos ajoelhamos perante um, ora pedinchamos perante outro… As vozes que trazemos em nós serão o fruto de medos que nos consomem e destroem cada pedaço que ousa florir e em cada perda desenfreadamente nos auto-consumimos na nossa própria loucura de seres ouvintes de sussurros dramaticamente opostos…
Qual o rumo e o destino?
Qual o próximo passo?
Elevar-me-ia aos céus… Será o horizonte tão diferente observado de um patamar superior?

15 dezembro 2008

Conversas...

Tu: Bom dia meu anjo negro…
beijo de alma solitariamente perdida…

Eu: Estava a pensar em ti… que caminhos perdidos e frios alimentam
os teus passos lentos e incertos… Falta-nos a coragem…



Tu: Um querer de um todo que apenas me leva a solidão
nessa cobardia que não consigo abandonar…
encontraremos um dia a paz e a realização de nós mesmas?



Eu: Talvez apenas no dia em que sentimentos e palavras
sejam apenas sinais e riscos perdidos
num baú qualquer esquecido no pensamento…
mas aí, já não seremos nós...


Tu: Escasseiam as forças e a leveza de viver…
cansaço…
o juízo final estará para breve…

Eu: Será um mundo novo…
deixa que o destino te leve pela mão…
não tenhas medo…

09 dezembro 2008

... Humilde viagem...

Jaz em mim o sopro de saudade de vozes perdidas de um tempo passado. Os retalhos de vida, de supremos caprichos de almas no auge de si mesmas. Sob o secreto luar que me abraça em cada noite, recosto o meu pensar em mantos aveludados e suavizados por memórias e recordações, aquecidos pela ânsia de observar o amanhã... No entanto, é viagem em vão, esse avançar de tempo que pretendo... É quimera de um ser insaciável de pensamentos e emoções...
Respiro da noite toda essa melodia silenciosa que a envolve e deixo-me embalar... O amanhã estará para breve, ainda que num tempo demasiado distante para este humilde ser alcançar.
Quanto subestimo cada pensar? Quanto valorizo cada penar?
Quão imensa é esta sede de uma mente que fervilha em cada momento? Quão faminta esta alma?

07 dezembro 2008

28 novembro 2008

Dança em mim...


"Dança! Oh corpo sedento,
Dança! Oh alma carente,
Ondula! Teu coração sangrento,
Ondula! Tua essência demente."

Os sinos vibram cansados,
Desse gemer solitário…
Em óbitos marcados
A cada badalar nocturno..

Dança em mim, repousa…
Vibra em mim, em estático movimento…
Tua áurea,
Tua luz…
Em mim,
Findam meu sopro cansado …
Renasce,
O meu ofegante respirar…
Vida em mim, por ti…
Dança em mim…

27 novembro 2008

... Solidão...

Salpicos salgados,
Em noite de solidão…
Desmembrados,
Desajeitados…
Minha voz rouca,
Minha alma em exaltação…
Teu nome solto, em…
Desalinho…
E hoje a noite é apenas…
Solidão…

14 novembro 2008

Diário... Intocável...

Um livro sem folhas onde escrevo, onde redijo em cada capitulo, pedaços da vida que conto no tempo…
Um segredo confessado, um silêncio partilhado… Em cada noite, a cada luar… E tal como acordo a cada dia com diferente sentir, também ela sorri para mim a cada noite com diferente semblante.
Por noites vagueio estática no meu recanto, por rumos perdidos que a si me levam e ainda que no imenso céu o seu rosto esteja ausente, sinto o seu conforto, o seu companheirismo além da sua presença…
Quantas lágrimas cobrem o meu rosto sob a sua vigília, quantos sorrisos rasgam a minha expressão sob o seu abraço intocável… Um livro secreto que tenho, uma partilha eterna que guardarei além do tempo e espaço que decorre e se percorre…
Pois que a vida é mais do que o terrestre material, é mais do que o palpável… e Assim voo, em cada viagem nocturna a um espaço onde nunca pousarei os meus pés…

(Foto - Vanessa Gomes... Obrigada)


10 novembro 2008

Liana...

E todo o tempo sonhei... e vagamente acordava, quando os teus lábios lindos, se abriam num tremor e os teus olhos sorriam... minha alma já estava envolvida nas tuas carícias doloridas da saudade que eu também já sentia…
Agora já conheço a velha luz da madrugada que te ilumina todos os dias quando te acorda, todas as ruas por onde passas já me são conhecidas, o movimento que te acompanha no passar das horas mortas, levando de braço dado a legião de imagens e sensações da vida vivida junto de ti, já nada me é estranho…
Reparas quando a luz pura do sol vem beijar a flor, e lhe acende mais a cor e lhe dá mais formosura? É assim que me acontece quando te vejo… o teu rosto lindo sem par, com esse tocante olhar, suave como lâmpada sagrada que rompe como a luz na madrugada, aconchego-me ao teu cândido rosto quando o anel da tua boca luzidia, vermelha como a rosa cheia de cor, em beijos loucos me abre a saudade e mil rosas se desfolham na minha face…

08 novembro 2008

Sopro...


Deixai que as almas se elevem numa só, se entrelacem no auge de si mesmas, pois tudo o resto serão quimeras de sonhos findados a cada dia…
O sopro é cada vez mais ténue e neste sobreviver, pousam seres cansados no véu de um branco aparente… De uma pureza inexistente… Inebriados pelo acre e o doce da vida, em desconhecida causa, pois escassas são as forças que restam…
O sopro é cada vez mais ténue…
Repousem então, almas vadias e insaciáveis… Repousem em descanso em cada toque aveludado que renasce de um dia, pois ainda que o todo jamais seja vosso, sabeis saborear a leveza de cada momento e assim resistireis ao juízo final… Vossas resistências suprirão lacunas, abismos profundos de vós… e ainda que num sopro ténue… Respirais… Vida…

03 novembro 2008

Liana...

Poderia escrever o teu nome ao longo do que escrevo e teria talvez dito tudo. Mas eu quero desse tudo dizer também o que aí se oculta. Dizer o meu enlevo e a razão de ele me existir.
A minha noite perdeu o cansaço e a angústia, porque agora, derrama eternamente o bálsamo do teu carinho, amacia de brilhantes o verde matutino, corre como um suave sussurro nos rios para todos os mares, desembarca em todos os cais… sinto paz, creio numa outra vida cheia de ti e agora já trago comigo lembranças com as quais falo, a noite, ao deitar…
As tuas mãos nas minhas… o incrível miraculoso de eu dizer o teu rosto… o ardor de um meu dedo na tua pele… na tua boca... o terrível dos meus dedos nos teus cabelos….
A nossa igualdade exterior atinge o auge na divergência de conteúdo, de sentimentos e explosões simultâneas de prazer... Pensar que no antes não haveria lugar para o nosso agora... Haverá lugar para o depois?
Sinto um leve cair de tarde num dia de Outono, em que uma leve brisa balança pelo ar as folhas secas e tristes que encontram o seu ninho ao fundo, bem lá ao fundo, onde a terra e água se abraçam e o sol e a lua se beijam…
Já não comando a minha alma forte e ardente que outrora a nada se inclinava, porque agora, vela os teus mistérios e anda humildemente em teu poder.
Gosto tanto quando me fitas com os teus olhos de vida... porque nesse instante a minha alma dorme sorrindo…

30 outubro 2008

... Naquela noite...


Naquela noite tudo estava sereno… Era Verão e do teu rosto me banhava com os raios de luz que dele provinham.
Dois seres apaixonados, fugidos do mundo que habitualmente os acolhe, os seus sorrisos eram leves e serenos, como se o silêncio da noite os embalasse na mesma melodia…
Naquela noite… O teu sorriso era o meu…

Hoje o dia apresenta-se diferente… Um amanhecer cinzento, carregado de lágrimas que este imenso céu partilha comigo… Partiste de mim quase sem te despedir e deixaste-me neste vazio… De olhos pesados, fixos no horizonte, sinto-me numa existência vã e assim… Deixo-me adormecer lentamente, na esperança de um dia me voltares a acordar…

Naquela noite… A tua vida era vida em mim, os teus passos o meu caminho, a tua voz as minhas palavras…
Hoje… Resta o vazio…
Pois a noite findou e o hoje acordou…
Naquela noite… Eu tinha o teu abraço…
Hoje tenho apenas a lembrança e o frio da lacuna que perdura…

... Naquela noite...



Naquela noite tudo estava sereno… Era Verão e o do teu rosto me banhava com os raios de luz que dele provinham.
Dois seres apaixonados, fugidos do mundo que habitualmente os acolhe, os seus sorrisos eram leves e serenos, como se o silêncio da noite nos embalasse na mesma melodia…
Naquela noite… O teu sorriso era o meu…

Hoje o dia apresenta-se diferente… Um amanhecer cinzento, carregado de lágrimas que este imenso céu partilha comigo… Partiste de mim quase sem te despedir e deixaste-me neste vazio… De olhos pesados, fixos no horizonte, sinto-me numa existência vã e assim… Deixo-me adormecer lentamente, na esperança de um dia me voltares a acordar…

Naquela noite… A tua vida era vida em mim, os teus passos o meu caminho, a tua voz as minhas palavras…

Hoje… Resta o vazio…
Pois a noite findou e o hoje acordou…
Naquela noite… Eu tinha o teu abraço…

Hoje tenho apenas a lembrança e o frio da lacuna que perdura…

29 outubro 2008

Onde...


Agora, hoje, neste instante, o mundo nada me diz, aceito viver nele porque não me resta outra alternativa… sinto a falta do amor… o amor é tudo o que de melhor se pode ter na vida, o amor é flor de poesia, é estrela de verso e alma de universo… o amor é a lua que sobe no céu lentamente, é o coração que faz correr o sangue…
Eu queria um lago de luz na minha face, onde a noite morresse, e onde a sombra da alma do corpo do amor se deitasse…
Onde estará o meu amor…
Vem depressa, não tardes que me falta a vida…

28 outubro 2008

... Adormecida...


Repouso em mim e sofregamente respiro este profundo amargo que me envolve… Presa a garras eternas, descabidas de tamanha incoerência, vivo cada momento como se me instalasse nesse recobro infinito em que me deleito em tempos que jamais conhecerão fim.
Jaz em mim tal melancolia cruel que me assombra a cada instante, não sendo no entanto pesadelo em mim, mas um sopro de vida que renasce, me faz renascer e me adormece com um abraço acolhedor.
Tortuoso será então este sentir e injustificável perante inúmeros seres que preenchem este físico mundo que me rodeia, pois congratulo-me neste tormento de mim…
Suspiro, respiro… E nesse instante mais um punhal me atinge e… Adormeço… Imóvel… Meu corpo é então o vilão de todos tempos, uma armadura que visto e vive em mim como maior inimigo…
Vivo então adormecida em corpo dormente, renascida em pensamentos, alimentos natos desta alma… E em palavras que escrevo, recordo o primeiro parágrafo…
Recuo no tempo, nesses minutos que contaram desde o primeiro borrão de tinta… Ou talvez…
Horas…
Dias…
Meses…
Anos…
Uma vida…
De um sonho inatingível, de quimeras repisadas, de palavras repetidas… O sentido não chega e permaneço, neste meu adormecer constante, sonhando que um dia… Talvez um dia… Este jogo de palavras seja transcrição pura deste sentir…
Mas o ágil de mim não são estas mãos que comandam as palavras que escrevo… É um todo de uma complexidade tal que eu própria não descodifico para linguagem do comum dos mortais.
Meus pensamentos, minha alma… Quem sois, quem serão… Um dia… Em que tudo findará?
Será um eterno prolongado ou simples passagem mortal…?
Sem rumo, apenas adormecida…
Em mim… Quiçá…
Eternamente…
Adormecida…

24 outubro 2008

Liana...

Hoje... penso em tanta coisa e não penso em nada, não sei se te fale de mim, de ti, dos outros, do tempo, do céu, da terra, das coisas ou das noites... das noites, sim, vou-te escrever das noites, dos dias, das horas, daqueles momentos começados inesperadamente quando uma voz te dá o alento de rever a sua sombra na noite…
Essas horas contigo, foram horas vivas e cheias de cor, a minha alma expectante e serena agarrava uma a uma todas as tuas palavras… o doce mover dos teus lábios cor de fogo… partilhamos ilusões e certezas e a noite vasta e contínua, foi caminhando... caminhando... até ao momento que por mero acaso te pude ver adormecer…
Como é bonito o teu dormir… Nos intervalos do teu descanso, ao acaso sem âncora, vagueei no tempo, e o tempo, esse vil traiçoeiro, chamou pela madrugada e eu fiquei sem amparo…

Por agora, não vou prender mais com falas o meu pensamento, quero deixar reinar o silêncio, porque é nele que está o melhor verso. Por favor vento, corre por aquela estrada e leva o meu pensamento e diz-lhe a ela, apenas a ela… que a minha alma, igual à luz do dia derrama-se no céu azul em ondas de ternura…

23 outubro 2008

...(in)existência... (in)temporal...


(in)satisfeitos… Pelas
(in)coerências de trilhos…
(in)definidos… Sejamos então
(in)felizes nestes sentir
(in)constante… Pois um dia,
(in)delicadamente dormireis na vossa
(in)sanidade…
(in)finitamente…

22 outubro 2008

... Quem sois...


Que sabeis do mundo, oh sociedade perdida?

Sois vermes rastejantes que lambeis todo um luxo mesquinho...

Que sabeis do puro sentir?

Pois que neste inferno por vós criado, louco é aquele que rasga a pele do seu corpo e se solta em murmúrios chorosos de alma que sofre, sorri..

Vossos tronos e seus adornos são excrementos, são pedaços apodrecidos por vós, em vós...

Soltai-vos em vós, pois só saboreando as próprias entranhas saberão o acre da dor e o doce da felicidade...

20 outubro 2008

Liana...

Graças ao teu empenho e apesar do dia já se ir esgotando, pude observar os pormenores da paisagem da serra a perderem-se na escuridão, um silêncio constrangedor mas extremamente sereno, dentro de mim, vagos receios, mas naqueles momentos, só nós existimos... e eu pude então admirar aquela que me prende, doce figura que para meus olhos fosse mais formosa, seria impossível.

Quando avisto os teus olhos, vejo sempre uma cor diferente, brilhante, incandescente, sublime, que domina toda a minha alma... e eu, não consigo ver um arco-íris mais belo que o teu contagiante suave sorrir…

O sono toca-me de manso, o céu já anuncia o dia, sinto que ficou entre nós uma ponte azul que nem a lua nem o sol conseguirão desvanecer… por ela caminharei de mansinho até um dia chegar a ti…

17 outubro 2008

Perdida...

Quem diz ao meu coração qual a estrela a seguir, para amanhar o meu destino... tudo o resto me parece tão inevitável... assim como a ave aprende a voar, e a planta floresce com o calor do sol... ai que fácil seria assim pensar…
O meu pensamento voa cada vez mais longe, mas tudo o que eu quero é cumprir o meu destino… existo porque sei que devo viver e morrer por alguém… existo porque algures sentirei os olhos que serão a minha vida… existo porque ainda espero a paz que só o amor garante…
Perdi o comando da minha alma forte e ardente que outrora a nada se inclinava, mas agora, vela pelos mistérios de amor, tem a cor da noite e da lua e anda humildemente perdida...
Sonho um dia, livre ao vento, soltar a alma e o pensamento, curvar-me aos teus desejos, desmaiar com os teus carinhos, renascer com os teus beijos…

Onde estás tu…

16 outubro 2008

... Retalhos...


Retalhos que findam num tempo que deambula entre a fogosa rapidez e a inércia anestesiante…
Retalhos deste ser numa dimensão paralela, retalhos de vida, retalhos de dor, retalhos de prazer…
Retalhos de um nada atordoante entre a inexistência de mim e a minha própria plenitude…
Retalhos…
Peças que te deixo amor, soltas numa vida que te abro, numa existência que te confio…
Peças que permanecem, ao acaso, dispostas no limiar da razão e da loucura, pois que a tua distracção é tal que não sentes o sabor salgado que me banha o rosto…

Retalhos amor… Retalhos de mim… Retalhos de ti… Retalhos da podridão que nasce em mim… Retalhos…

Escassos raios de luz me atravessam e vivo neste mar imenso de escuridão, que seu eterno companheirismo me embala e me adormece… Pois que a luz me fere, me trespassa, me dilacera a alma e fere todo o meu ser…

Retalhos de luz… Um todo de escuridão…

Retalhos dançantes, saboreando a doce melodia da melancolia…
Retalhos…
…de Vida…
…de Dor…
…de Prazer…

Retalhos…

14 outubro 2008

Liana...

Apesar do ar frio daquela noite espessa e chorosa, ela revelava-se calma e apenas podia esperar o prolongar da melancolia…

Bastou apenas um silêncio falado para reparar naquela luz brilhante, parecia uma estrela cintilante... donde lhe viria tanto fulgor... rapidamente se inflamou e pude sentir a celeste fragrância que exalava em mil cores…

Os olhos ardentes eram capazes de queimar a alma…
mas quando o seu sorriso nasceu…
oh meu Deus, como seria possível espalhar tanta alegria, tanta força, tanta coragem, tanta paz…

Reinava o ar frio na noite calma, a minha alma flutuava livremente e sentia os momentos correrem como as folhas caídas no rio… senti o frio das horas a calarem os meus medos… e eu… naquele instante... desejei apenas que as horas dormissem e a noite jamais tivesse fim…

13 outubro 2008

... Distorção...


Distorção completa da realidade, num misto de emoções incapazes de serem interpretadas… Uma revolução interna, perdida… Um encontro com o vazio… Uma fuga da plenitude!
Quiçá esse rosto perdido na imensidão seja apenas quimera de um olhar ausente de si… São vagos os registos concretos desta mente demente.
Ausência constante, num desencontro de mim por trilhos corrompidos, interceptados por almas flutuantes, sonhadoras…
Distorção de mim… Distorção de um mundo que sinto não ser meu… E cegamente me entrego a cada dia, num vazio circunstancial capaz de penetrar esta alma perdida…

Distorção…

Do tempo… Do espaço…

Distorção…

12 outubro 2008

O teu livro...


Restos de um podre repisado, belas fotografias do vivido idealizado...
Assim é o passado que em nós fica...
Retalhos do belo, retalhos do desfigurado... E no trilho do presente almas permanecem, voando ao sonho de um futuro onde se deleitam...

Assim sou, assim quero ser...

...No livro da vida que escreves...

08 outubro 2008

Perdida...

Anseio todo o momento pela suavidade desta hora em que nos foge o dia e que a lua ora aberta em todo o seu esplendor ora encolhida por alguma dor vai abrindo o espaço a noite…
Sinto murmurar dentro de mim uma harmonia suave, umas vezes profunda e grave outras vezes meiga e cadente outras ainda que me faz chorar… és tu meu anjo quem me faz chorar, tu meu anjo de solidão… não te importes com as minhas lágrimas vem juntar-te junto a mim, mas rasga os teus versos pois não quero sentir as tuas palavras gravadas de saudade, o teu triste gemido de adeus, deixa-me expirar como uma nota quebrada do teu canto… Faz renascer em mim a poesia da felicidade que murmura levemente na minha alma…

06 outubro 2008

Sonho da alma... Peça solta...

Sopro de demência, sôfrego sentir… Vazio que preenche um ser desconhecido…
Alma de poeta, pensar inconstante…
Palavras soltas num acaso incondicional… Sonho leve… Pluma flutuante…
Quimera de meu ser, que o tempo na sua crueldade não pare a sua corrida e nesse inevitável momento essa marca desejada de deixar um sopro às almas perdidas deste meu louco sentir…
Livre pensar… Pesado sentir…!

Ao meu olhar chega a imagem da euforia social num suicídio mental a que cada um se submete…
Em cada função, em cada preocupação afasta-se o sentir e o pensar, vivendo numa superficialidade imensa… Fica então uma peça perdida desse puzzle, uma peça solta que não se encaixa…
Um desespero de ser o não ser de um mundo inteiro…

02 outubro 2008

... Palavras... Soltas...

Sufoco...
...Asfixia
Desespero...
...Angustia
Tormenta...
...Pesadelo
Morte Lenta...
...Desfragmentação
Demência...
...Loucura pura
Tormento...
...Apatia
Ironia...
...Sarcasmo
Morbido...
...Dilacerante
SOFRIMENTO...

01 outubro 2008

Medo...

Não receio apenas que me esqueças, receio também é que esqueças a pessoa maravilhosa que encontrei em ti…


sinto por demais a falta da paz que tu me dás…

30 setembro 2008

Loucura...


Se ouvir o silêncio é loucura,
se falar com a alma é insane,
se morrer em pensamentos é macabro...
Sou ser flutuante que viaja na loucura macabra de mim que me ressuscita a cada noite por vazios de um espaço repleto de sentimentos e emoções que em mim se instalam...

18 setembro 2008

Ontem e Hoje...

No teu sorriso encontrei a sinceridade e na tua presença tive a segurança que desejava, no teu conselho segui o caminho certo, dentro dos teus olhos vi uma nova eu reflectida, no brilho da tua face encontrei a verdade no teu abraço aprendi o significado de calor humano, no teu beijo aprendi, conheci um amor que não há igual... e em ti, como um todo... o que é uma companheira, não só por um dia ou uma noite, mas para todo o sempre por toda a minha vida...


hoje... o teu sorriso é sofrido, nos teus olhos já só vejo ausência, o teu abraço vem perdido, o teu beijo queima...


hoje... nesta noite aqui sózinha... penso em ti...

12 setembro 2008

Palavras universais...

Esta música é como uma orquídea... delicada e complexa, de uma fragilidade que toca a alma... ainda assim estas palavras podem ser assustadoras....não as quero sentir nunca...



03 setembro 2008

Poderíamos....

Gostava de te ter aqui agora, dividindo o fresco desta noite que anuncia o tempo das folhas caídas…


podíamos ficar sentadas num qualquer banco de um jardim a sentir a aragem, falando disto e daquilo, coisas sem sentido ou então ficar apenas no silêncio…


eu poderia olhar nos teus olhos e tentar encontrar neles o reflexo da minha alma... o lugar onde te abrigas…

poderíamos…


...não, não poderiamos porque aqui não há banco de jardim nem os teus olhos para olhar…
mas o fresco da noite teima em reinar…

26 agosto 2008

A conquista do perder...

Sentir que a vida ora nos persegue ferozmente, ora nos foge por espaços vazios que deixamos ao abandono sem por vezes termos a percepção… Sentir o topo e a vitalidade em nós, a esperança de que o conquistado não seja somente mais uma quimera… E, de repente o castelo desaba e a rainha em que nos tornamos não passa do forasteiro afinal… Aquele recolhido nas suas próprias saudades e ilusões…

Assim é a conquista e o perder…. Assim… te perdi…!

10 agosto 2008

Paradigma...


Sentir que o sorriso me escapa,
Tumultuoso paradigma,
Neste silêncio que me arrasta e me arranca da vida…

Meu triste deserto,
de um mundo só meu
Em que não alcanço o certo…

Meu rosto cedeu…

Aos traços vincados do fado,
Meu destino,
Meu fardo…

Minha ama se expande em lágrima minha…

Meu destino, meu fardo…
Que me traz à vida!

07 agosto 2008

Um sonho... alma de poeta....



(Algo antigo perdido algures nos ficheiros do meu computador...)



Oh! Estúpidas palavras…
Porque fogem de mim assim?
Porque me escapam do bico desta caneta
Quando só a vós vos quero escrever?!

Não sois cruéis com a minha alma
Neste meu desassossego solitário
Compartilhai as minhas mágoas
No silêncio raivoso de vós…

Oh! Palavras…
Palavras por mim não proferidas
Arrancadas da minha mão
Que vos sinto tão longe
Num sítio inalcançável para o meu coração!

Porque sois assim?
Teimosas e brincalhonas,
Vivendo escondidas da minha mente…!
Apenas vos quero pedir ajuda
Para rabiscar com esta caneta

Estarei a pedir muito?
A quem ireis servir?
Aquele e ao outro poeta,
A quem já todos estão fartos de ouvir?

Não sois assim injustas,
Iluminai também o meu ser
Porque poeta que é poeta
Com a vossa ajuda ou não
Jamais irá desaparecer!!!

27 julho 2008

Uma viagem... Ao passado...



Sentir que a brisa me trespassa por momentos e refresca este ser apodrecido em que essa alma se tornou é ouro que guardo, pois que a paz é escassa nos tormentos de cada pensamento.

Na serenidade do momento ouso, numa tentativa em vão parar o tempo… Acompanhas-me, sorris, libertas-te nos meus braços ainda que jogando às escondidas do resto do mundo… Sentir-te… É fresco e arrepiante este sentir…

É incerto cada momento que nos espera, mas é certo cada fragmento do teu sorriso que me trespassa e me traz a sensação de um passado que tanto desejo voltar a ver…

Cada momento… Sentir-te… Guardar-te em mim…

05 julho 2008

Desabafos...

Tarde ensolarada que avança calma para o mundo...
o sol aos poucos recolhe a terra com ternura e as horas lentas e rotineiras avançam em linha recta sem nunca olhar a paisagem...
percebo agora quantos caminhos incertos e sem fim proliferam na esperança de serem escolhidos...
quando a vaga escuridão iniciar a chegada da lua, tudo será diferente...
alguns corações sossegam...
outros desesperam pela luz...

16 junho 2008

Escuridão...


Entre o vazio de cada dia, mortalmente deixas que teu corpo seja o árido deserto em que a tua mente não é mais que a confinada e eterna culpada da ausência do teu sorriso… Promessas ditas, revistas a cada momento… Promessas falhadas e resta então a solidão de duas almas que a vida juntou, duas almas que o corpo separa…

Tão bela é a vida o poeta negro, a vida daquele que na sua solidão, nasce e renasce… Em sonhos, o seu sorriso é real… Na realidade, o sofrimento incondicional… No limiar dos mundos, a demência constante…

“Eu queria ser a árvore tosca e densa/ Que ri do mundo vão e até da morte…”

Eu queria ser o livro velho, as folhas que pendem da estante velha abandonada, as palavras escritas intemporais, mas ultrapassadas de cada momento… A imortalidade de um sentimento, mortal de um momento…
Contradições…
Que escrevo, que digo, que conto… Que rio, que choro, que sofro… Que sinto, que desejo, que alcanço…

Perco-me nos meus dias, tal como me perco nas curtas linhas que escrevo… Deixo-me subtilmente cair na escuridão…
Meu mundo…

17 maio 2008

Em mim...


Torna-se o dia na noite, Renasce a noite do dia…
Em cada passagem somos vermes inquietos à mercê do nosso inconsciente cansado, inconstante.
A cada momento, como uma pluma ou a densa pedra do caminho que piso, sou alma repleta de sonhos ou vazia de ilusões que renascem e morrem a cada momento.
Ser mais do que sou, serei ou sonho ser… Será talvez eterna quimera… Um auge que serei de certo incapaz de conhecer.

Inconstante, incoerente… Talvez… Mas sei que quero permanecer a teu lado e nesse desejo ter-te durante uma vida, ainda que muitas vezes sejamos imiscíveis nos nossos pensamentos…
Quero-te…!

16 maio 2008

No limiar de cada limite...


Gestos, atitudes, comentários…
Caminhantes desertos, somos por vezes
Em cada escolha de
Gestos, atitudes, comentários…
Geridos pela insanidade que nos invade
E cria em nós incoerentes
Gestos, atitudes, comentários…

Por vezes almas sabedoras, outras, uma invasão absoluta pela incapacidade de decidir o certo e o errado…
Entre estes dois limites vagueamos por vezes,
Outras, perdendo a razão, o máximo admitido em cada

Gesto, atitude, comentário…
É ultrapassado!

03 maio 2008

Recantos...


Por vezes passamos sem olhar, sem dar importância aos pequenos pormenores, até que um dia pisamos o mesmo caminho e reparamos nesses (in)significantes recantos que outrora o nosso olhar não guardou… Talvez por isso, nesta nova fase, retomando um percurso que de todo não me é estranho, guardo agora pequenos momentos, fracções de tempo outrora irrelevantes que se vão mostrando novos horizontes em cada dia…

Assim como em cada paisagem nova que paira sobre o nosso olhar, deixemos repousar cada irregularidade, cada contorno, cada limite visível, quem sabe nessas recordações que ficam haverá um dia a corrente robusta para nos içar daquele fundo obscuro…

Cada percurso, no seu tempo… Há coisas que permanecem, outras que fluem no ar como as pétalas frágeis em tempo de caducidade…

09 abril 2008

Mundo secreto...

Naquele dia, naquele passado, naquela magia de um dia, de um momento, de uma noite, de um sonho… Naquele dia em que teu corpo repousou imaculadamente junto a mim em acessos de um sentir contido à muito…. É tempo de cultivar agora a permanência desse sentir e no incontornável tempo nossos seres serão marcados…

Senti outrora a ausência por ti deixada, nesses inconstantes ondulares do pensamento, em circunstâncias que o mundo é o grande inimigo desse viver, desse sentir… Desse desejo…

Por formas, sombras, caminhos desertos por caminhantes desconhecidos, passeamos agora de mão dada… Paro e sinto… Observo… Recordo… e Desejo continuar…

Vem comigo, vem neste caminho secreto só nosso… Ao longe, o nosso banco de jardim, num areal deserto espera por nós…
Tens a cobertura que pediste… Vem… Não temas… Estou aqui…

02 abril 2008

Eterno...


Além do tempo, do espaço… Ingénuas criaturas que pousam em cada momento por belas ou abomináveis paisagens e espaços mantidos além do tempo… do espaço…
Mas rebuscando cada imagem, cada segundo passado ainda que recente, tudo é tão diferente. Somos criaturas de cada momento, o eterno é termo sagrado que ninguém deveria proferir, pois que em cada momento, cada semelhança é tão distinta nessa simetria (imperfeita)…
Ainda assim… Por breves instantes aglomerados, que num conjunto formam a vida, o tempo vai passando… E quem não deseja, por vezes, o eterno?

Eu desejo…

Fica…

25 março 2008

O tempo...


… São falsas as esperanças que me assombram e, tal como o vento leva as palavras que escrevo, também o tempo levou o teu sentimento…
Ainda assim, jaz em mim esse querer louco e cego… Sentir que o passado é ainda presente é o que resta destes dias que se arrastam cruelmente, com passadas curtas e sombrias que caprichosamente me fazem cair no desequilíbrio que há muito não sentia…

Tal como o vento suavemente restabelece a forma original desse extenso areal, desejo somente que o tempo em mim tenha semelhante efeito… As marcas permanecerão, mas como intensas lembranças do vivido, mas (infelizmente) passado…

19 março 2008

Palavras...


Imaginas-te a tropeçar, a cair, vítima da tua própria gravidade, do teu desejo de esquecer, de te libertares dos sentimentos...



não sintas em demasiado...



é impossível viver com o coração sempre despedaçado, tal como é impossível manter eternamente anestesiado...

11 março 2008

Momento...


Junta-se a cada momento, uma lacuna, um vazio que se alastra por vales escuros que nascem e findam em mim…
Um café, um cigarro e um jornal… Companhia da solidão que me acompanha neste meu viver subjugado ao passado.
É ainda, nesse véu cinzento que me cobre, onde serenamente caio no desleixo de um pranto que me afecta a alma… E no recobro de cada momento renasço para mais uns minutos de escuridão…
Oh alma minha, cruel companheira, que me fintas em cada crepúsculo…
E nesses últimos vestígios de luz, num desespero infinito, procuro em mim espasmos da juventude que findou, da serenidade que abandonou este ínfimo ser de um mundo perdido…

É inverno… E a primavera, eterna fugitiva… Permanece longe do meu alcance…

Cada momento… Uma tortura íntima… De alguém…

08 março 2008

Realidade...

Acreditar que o dia vai esquecendo mas a realidade não... acreditar que deixando hoje um pouco de lado, talvez no futuro se repita a imagem fluida e intensa como da primeira vez... voltará o impossível quando tu a invocares?

O inverno ainda domina, mas repara... o céu está tão azul...

03 março 2008

Perdida...


Prende-se meu corpo a cada local,
A cada momento que passa por mim...
Fico perdida por aqui,
Nesse labirinto que vejo de mim...

01 março 2008

Acreditar...

O distanciamento é uma irreversível enfermidade insidiosa... o amor nunca se deve dar por subentendido, quando assim acontece é perdermo-nos... em breve sentiremos o cansaço de tentar agarrar a vida em forma de estrela... Hoje a luz do dia aparece nublada, mas é imperioso acreditar que a mudança é constante, por isso não nos esforcemos e aceitemos de antemão a diversidade e compreendamos que não podemos mover todos os pensamentos numa só direcção...

11 fevereiro 2008

Florescer...


Há em cada um de nós, de tempos a tempos, a vontade, o desejo de ver a primavera florescer no nosso interior… Sentir que no fundo há um olhar que nos observa em cada canto por que passemos, esse olhar que nos dedica o seu tempo, nos valoriza e acima de tudo consegue não apenas julgar os nossos defeitos, mas também valorizar as nossas virtudes…

Ainda que muitas vezes os desencontros da vida nos permitam amar sem a verdadeira partilha, ainda que por vezes olhemos essa pessoa que de nós espera somente a amizade, ainda que por vezes amemos num desgaste constante que nos demove e encurta as nossas expectativas de um futuro sonhado… Ainda assim… Dedicar o que de nós temos para dar a alguém que amamos é sem dúvida dos maiores privilégios…

Ainda assim… Aguardo o dia em que, na plenitude do teu sentir, me abraces de coração…
Aguardo… florescer em ti…