30 março 2006

Esperando...

Caminho perdida por entre quem conheço, por mais que não tenha o que tenho não mereço… nunca lutei por nada disto, e o pouco que consegui não é aquilo que quero… mas com isso vivo. Já não consigo distinguir ao longe aquilo que deveria ser… tanto mas tão pouco tenho para oferecer… alguém tentou conhecer a alma que vive em mim? Não, pois não? O complicado da minha aparência não implica eu ser assim! E com tanta incompreensão ainda não sei o que sou! Espero apenas que acorde a alma que me sonhou…

25 março 2006

Sombra...

Serei eu um sonho (ou um pesadelo) que alguém está a ter?...
Se assim for a minha existência resume-se a um abrir de olhos… eu sabia! Justifico assim as minhas divagações… mas hoje tenho vontade de fechar os olhos… perder-me e viver o inconsciente, realizar mais um dos meus irreais compromissos… lá fora os cães ladram sem parar, quem será a sombra que os atiça? Alguma alma perdida que vem pronunciar a sua sentença? Talvez… eu sei lá! A noite é tão misteriosa, intocável, soberana, poderosa… quem a não admira e teme ao mesmo tempo?

19 março 2006

Representar...

Pois bem, aqui está a verdade...eu sempre soube representar, dramatizar é o meu forte, faço-o bem demais, pratico desde qeu nasci...
Estou bem... Calma, só, esquecida, mas estou bem... sinto-me intocável, inantingível, inafectável... ponham-me à prova! Testem-me! Não é isso que me tem feito sempre a vida?!...

15 março 2006

Ausência...

Nos meus momentos de ausência, os meus amigos passeiam-se pelas vielas escuras do meu pensamento... conversam baixinho... sussurros silenciosos... de quem falarão?... certamente falam de mim... nem eu sei, como podem eles saber?
Sinto o uivo a entrar pela janela entreaberta, desperta-me... que pena, preferia continuar a sonhar... sinto o pescoço pesado, dói-me, deve ser do peso da consciência, mas terei eu consciência? Provavelmente mais do que todos e menos que ninguém...

11 março 2006

Despertar...

Desperto lentamente, deixo escorregar suavemente os dedos sobre os olhos adormecidos, encaro sem surpresa a luz que me rodeia... o sol acaricia-me os cabelos... que bem sabe assim desperta sem lembrar totalmente o meu papel neste palco da vida...
Música... ouço uma suave melodia, tão bela, tão quente... abraça-me, conforta-me, mas cega-me... e eu mesmo assim sigo em frente, o chão macio seduz os meus pés... de volta a luz radiante, lava-me o rosto, as árvores inclinam-se a minha passagem... creio que finalmente encontrei a paz...

04 março 2006

Amor livre...

Pela janela deste quarto voam os meus pensamentos… umas vezes ousados de poesia, outros repletos de amor, outros ainda inundados de paixão… mas alguns feridos de culpas…. As recordações doem com atitudes vingativas que se perdem no ar… lá fora a paisagem cinzenta dominada pela chuva e vento… assim sopram os meus pensamentos… descubro que o amor confunde-se pela madrugada… a nossa igualdade exterior atinge o auge na divergência de conteúdo de sentimentos e explosões simultâneas de prazer… pensar que no antes não haveria lugar para o nosso agora… haverá lugar para o depois?
Acredito que sim, por mim e por ti… seremos nós a inventa-lo a construí-lo deitando por terra as fictícias imagens da antiquada moral e da ilusória virtude das amores perfeitos… é na beleza dos nossos corpos que visualizamos o enorme sorriso de nossas almas, sedentas de um cantinho no mundo…. O amor só tem uma orientação… a felicidade.