25 março 2008

O tempo...


… São falsas as esperanças que me assombram e, tal como o vento leva as palavras que escrevo, também o tempo levou o teu sentimento…
Ainda assim, jaz em mim esse querer louco e cego… Sentir que o passado é ainda presente é o que resta destes dias que se arrastam cruelmente, com passadas curtas e sombrias que caprichosamente me fazem cair no desequilíbrio que há muito não sentia…

Tal como o vento suavemente restabelece a forma original desse extenso areal, desejo somente que o tempo em mim tenha semelhante efeito… As marcas permanecerão, mas como intensas lembranças do vivido, mas (infelizmente) passado…

19 março 2008

Palavras...


Imaginas-te a tropeçar, a cair, vítima da tua própria gravidade, do teu desejo de esquecer, de te libertares dos sentimentos...



não sintas em demasiado...



é impossível viver com o coração sempre despedaçado, tal como é impossível manter eternamente anestesiado...

11 março 2008

Momento...


Junta-se a cada momento, uma lacuna, um vazio que se alastra por vales escuros que nascem e findam em mim…
Um café, um cigarro e um jornal… Companhia da solidão que me acompanha neste meu viver subjugado ao passado.
É ainda, nesse véu cinzento que me cobre, onde serenamente caio no desleixo de um pranto que me afecta a alma… E no recobro de cada momento renasço para mais uns minutos de escuridão…
Oh alma minha, cruel companheira, que me fintas em cada crepúsculo…
E nesses últimos vestígios de luz, num desespero infinito, procuro em mim espasmos da juventude que findou, da serenidade que abandonou este ínfimo ser de um mundo perdido…

É inverno… E a primavera, eterna fugitiva… Permanece longe do meu alcance…

Cada momento… Uma tortura íntima… De alguém…

08 março 2008

Realidade...

Acreditar que o dia vai esquecendo mas a realidade não... acreditar que deixando hoje um pouco de lado, talvez no futuro se repita a imagem fluida e intensa como da primeira vez... voltará o impossível quando tu a invocares?

O inverno ainda domina, mas repara... o céu está tão azul...

03 março 2008

Perdida...


Prende-se meu corpo a cada local,
A cada momento que passa por mim...
Fico perdida por aqui,
Nesse labirinto que vejo de mim...

01 março 2008

Acreditar...

O distanciamento é uma irreversível enfermidade insidiosa... o amor nunca se deve dar por subentendido, quando assim acontece é perdermo-nos... em breve sentiremos o cansaço de tentar agarrar a vida em forma de estrela... Hoje a luz do dia aparece nublada, mas é imperioso acreditar que a mudança é constante, por isso não nos esforcemos e aceitemos de antemão a diversidade e compreendamos que não podemos mover todos os pensamentos numa só direcção...