28 abril 2009

Solidão...


A solidão dói quando é aceite…
quando finalmente nos rendemos ao seu dissabor e encantos, quando num último suspiro aceitamos o seu abraço…
então sim a solidão dói…
por nada mais lutamos ou desejamos…
hoje só me apetece fugir da vida e de tudo o que ela envolve…
os compromissos, as relações, as obrigações, os objectivos, o quotidiano…

fico nesta apatia, nada me perturba, nem agita ou incomoda…

20 abril 2009

Vens...

Sonhei com um pássaro á janela com grades de algodão, tão suaves e macias que seria talvez pecado tentar atravessá-las…
Sonhei ainda que era rainha das ondas… do céu eterno… e da penumbra dos mais tristes… e porém senti-me inferior…

o desespero das encruzilhadas dos trilhos desconhecidos…
o adeus e o arrependimento….
A solidão reconfortante….
a escravidão das palavras que deixamos fugir…
a posse das palavras por dizer…

Hoje quero ir ver o mar, mas quero a tua companhia…
vens comigo ver o mar?

09 abril 2009

Paz...

Admito e reconheço uma falta de coragem que me enoja ao aperceber-me da causa… a solidão que tanto aprecio começa a assustar-me…
Tenho no entanto uma decisão tomada, se neste cruzamento tiver que optar entre o caminho da esquerda ou o da direita, não serão os factos passados que me irão ainda ajudar a decidir…
Ignoro ambas as saídas e sigo um outro rumo… sozinha é certo, mas assim mais leve, porque este peso na consciência é que me está a matar aos poucos…
Esta tristeza é que me consome e torna assim insensível e desesperadamente trivial…
Sinto-me indefinida, dominada por uma bipolarização de sentimentos, desejos, emoções distantes e opostas, como a noite do dia, que fazem no entanto parte de um mesmo ciclo. Completam-se, quase consigo encontrar duas pessoas que habitam em mim…
Mas são algo difíceis de distinguir, não é tão relativo quanto o bem e o mal… antes fosse…
Hoje confessaria tudo… confessar? Não como quem confessa que pecou… eu não pequei…
Esta sede incomoda-me a alma… sinto-me desidratada e não encontro a fonte de calor que me seca e consome…
Quero ter coragem, abrir bem a boca, encher o peito de ar e gritar a minha individualidade… deixar de vez estes sentimentos que me proíbem de viver a independência com a liberdade que me cabe de errar se assim tiver de ser…
Sufoco…
Começo a capitular…
Quero paz…

03 abril 2009

Sentir...

As coisas tem sido diferentes para mim...
já algum tempo que eu dou comigo a pensar em ti....
muito mesmo ultimamente...
será que algum dia me irás perdoar...
Por pensar assim tanto em ti...
"É um caminho louco,
anda às curvas,
anda talvez em círculos.
Que vá por onde quiser,
eu segui-lo-ei"
(Siddartha)