16 junho 2008

Escuridão...


Entre o vazio de cada dia, mortalmente deixas que teu corpo seja o árido deserto em que a tua mente não é mais que a confinada e eterna culpada da ausência do teu sorriso… Promessas ditas, revistas a cada momento… Promessas falhadas e resta então a solidão de duas almas que a vida juntou, duas almas que o corpo separa…

Tão bela é a vida o poeta negro, a vida daquele que na sua solidão, nasce e renasce… Em sonhos, o seu sorriso é real… Na realidade, o sofrimento incondicional… No limiar dos mundos, a demência constante…

“Eu queria ser a árvore tosca e densa/ Que ri do mundo vão e até da morte…”

Eu queria ser o livro velho, as folhas que pendem da estante velha abandonada, as palavras escritas intemporais, mas ultrapassadas de cada momento… A imortalidade de um sentimento, mortal de um momento…
Contradições…
Que escrevo, que digo, que conto… Que rio, que choro, que sofro… Que sinto, que desejo, que alcanço…

Perco-me nos meus dias, tal como me perco nas curtas linhas que escrevo… Deixo-me subtilmente cair na escuridão…
Meu mundo…