29 dezembro 2008

Sentir...

Salto de sonho em sonho, até um dia o mundo acabar em chamas geladas de uma flor chamada paixão...
O perfume que inebria será no escuro a seiva de todos os sentidos, será o final do delírio inconstante de uma estrada por encontrar, será o principio do poder voar... por entre os sabores da lua e a ecoar na noite estará a mensagem...
O paraíso terá a sua revelação nesta sucessão que embala o espírito numa cadência feita de suspiros...

28 dezembro 2008

... Horizonte...


Um zelo constante de agir de forma justa, definida em plena consonância pela razão e o sentir. Será a quebra do valioso momento, pois de mãos dadas poderá andar o casal enamorado recentemente, a mãe e sua descendente, a amiga e sua companheira carente… Mas, andará por uma só vez, a razão e o sentir juntos de mão dada?
Seremos eternamente subjugados ao capricho de cada um deles, desnorteando-nos a cada segundo pois as suas vozes são confundíveis e sobreponíveis em demasiadas fracções de tempo da nossa vida.
Acariciam-nos de tal maneira implacáveis, que, ora nos ajoelhamos perante um, ora pedinchamos perante outro… As vozes que trazemos em nós serão o fruto de medos que nos consomem e destroem cada pedaço que ousa florir e em cada perda desenfreadamente nos auto-consumimos na nossa própria loucura de seres ouvintes de sussurros dramaticamente opostos…
Qual o rumo e o destino?
Qual o próximo passo?
Elevar-me-ia aos céus… Será o horizonte tão diferente observado de um patamar superior?

15 dezembro 2008

Conversas...

Tu: Bom dia meu anjo negro…
beijo de alma solitariamente perdida…

Eu: Estava a pensar em ti… que caminhos perdidos e frios alimentam
os teus passos lentos e incertos… Falta-nos a coragem…



Tu: Um querer de um todo que apenas me leva a solidão
nessa cobardia que não consigo abandonar…
encontraremos um dia a paz e a realização de nós mesmas?



Eu: Talvez apenas no dia em que sentimentos e palavras
sejam apenas sinais e riscos perdidos
num baú qualquer esquecido no pensamento…
mas aí, já não seremos nós...


Tu: Escasseiam as forças e a leveza de viver…
cansaço…
o juízo final estará para breve…

Eu: Será um mundo novo…
deixa que o destino te leve pela mão…
não tenhas medo…

09 dezembro 2008

... Humilde viagem...

Jaz em mim o sopro de saudade de vozes perdidas de um tempo passado. Os retalhos de vida, de supremos caprichos de almas no auge de si mesmas. Sob o secreto luar que me abraça em cada noite, recosto o meu pensar em mantos aveludados e suavizados por memórias e recordações, aquecidos pela ânsia de observar o amanhã... No entanto, é viagem em vão, esse avançar de tempo que pretendo... É quimera de um ser insaciável de pensamentos e emoções...
Respiro da noite toda essa melodia silenciosa que a envolve e deixo-me embalar... O amanhã estará para breve, ainda que num tempo demasiado distante para este humilde ser alcançar.
Quanto subestimo cada pensar? Quanto valorizo cada penar?
Quão imensa é esta sede de uma mente que fervilha em cada momento? Quão faminta esta alma?

07 dezembro 2008