19 janeiro 2016

Tempo...

Quando estamos felizes, parece sempre que o tempo não tem passado nem futuro, que não existe nem tem limitações. Neste tempo sentimos o desejo de o fazer parar, alcançar um apogeu que nos proteja do tempo futuro. De um modo que não compreendemos, sabemos que o poder do tempo depende em certa medida de algo que existe nas nossas mentes. Mas o que é que possa ser esse algo, é coisa que não sabemos, sim como não sabemos o modo de o alcançar intencionalmente.

A temporalidade do amor permanece como um puro dom, uma graça pura. O tempo é demasiado real, demasiado precioso, e as vezes nem imaginamos como temos muito pouco tempo…

09 janeiro 2016

Caminhos...


Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. 
Basta-me pensar nas oportunidades que se escaparam pelos dedos, nas oportunidades que se perderam por medo, nas ideias que nunca saíram do sonho por essa maldita mania de viver no imaginário. 
Pergunto-me, às vezes, o que me leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença de certas palavras quase que sussurrados. Sim confesso que por vezes me sobra covardia e falta coragem para tentar ser feliz. Talvez porque a paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai, talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada e o tudo. 
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. 
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao meu alcance, na verdade há coisas que não podem ser mudadas e nesse caso, resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. 
Prós erros… há perdão. 
Prós fracassos… novas oportunidades. 
Prós caminhos... passos para o percorrer.




28 outubro 2015

Noite...

Vai chegando lenta a noite e o sentido deste dia esvaziando-se pelas sombras da lua...
Esta tranquilidade consegue esvaziar-me de todos os objectivos por concretizar traçados para este dia...
nestes momentos fico com pouco para dizer, será por indiferença ou será isto não saber ser feliz?...


Não estou cansada, nem confusa, nem com sono, apenas absorta de tudo e a tudo; às horas, ao barulho, aos compromissos e à vida...

25 outubro 2015

A vida...

A vida é isto... medo, raiva, desejo, amor.
Parar de sentir emoções, parar de querer senti-las...
é como, sentir a morte.
a vida e a morte estão sempre misturadas,
da mesma maneira que alguns começos são fins...
e alguns fins tornam-se começos.
De que outra forma poderia ser?
Eu apanho tudo o que estou a sentir.
Tudo o que me importa.
Guardo isso tudo no meu punho.

E luto por isso…

19 agosto 2015

Dias assim...

Hoje é dia de ficar triste… amanhã logo se verá…

A vida ensinou-me que há pessoas de verdade e pessoas de mentira. A vida também me ensina agora que as pessoas de mentira quase sempre vencem as pessoas de verdade. Não sei se estou triste por ser uma pessoa de verdade, ou se por não conseguir ser uma pessoa de mentira.
Seria certo sofrer desilusões com pessoas de mentira, mas como é possível sofrer desilusões com pessoas de verdade?
Algumas pessoas podem achar que a realidade pode ser apresentada melhor se fantasiada um pouco, e aí a mentira é quase inocente, mais assemelha-se a um desejo ou a um sonho, e não se deve subjugar o valor destas pessoas por isso. Mas será que podemos dizer que a mentira é como uma pele seca, que uma vez descoberta, deve apenas ser deitada fora?
Não será isso ensinar o caminho do céu enquanto percorremos cegamente, o caminho para o inferno?

Hoje é dia de ficar triste… amanhã logo se verá…

12 abril 2015

De quem...

Eis-me a pensar enquanto a noite envolve a terra, olhos poisados na ausência. No alto uma estrela triste, as pálpebras descerra lançando noite dentro o claro olhar piedoso tornando o momento calmo e repousante.
A minha alma abandona-se ao sabor dos enganos, cheia de dor, antegozando já quimeras pressentidas que mais tarde hão-de vir com o correr do tempo.
Mas de quem é esta saudade que meus silêncios invadem, que de tão longe me vem?

De quem é esta saudade, de quem?
Daquelas mãos só caricias…
daqueles olhos de apelo…
daqueles lábios de desejo…
e estes dedos engelhados?
e este olhar de vã procura?
e esta boca sem um beijo?
De quem é esta saudade que sinto quando me vejo…

08 fevereiro 2015

Verdade...

Onde estão as pessoas de verdade?
A realidade é que todos nós usamos máscaras, todos os dias, todas as horas e todos os minutos…
Por vezes nós as usamos tantas vezes que esquecemos de quem realmente somos.
Mas… às vezes… às vezes... se tivermos sorte…
alguém aparece e nos mostra quem realmente somos e quem queremos ser...

e depois?
depois é o momento de descobrir a coragem cá dentro, respirar fundo, erguer o olhar e seguir em frente…