29 janeiro 2014

Escrever...

Apetece-me escrever, desenfreadamente, começar na palma da mão encher todas as folhas da minha vida, as paredes do meu mundo… 
Escrever e percorrer o teu corpo de palavras, de gestos, de sentimentos...
Transformar o teu corpo num fabuloso livro de vida... e então continuar, de palavras em palavras, de desejo em desejo... 
e deixar que o teu corpo bruscamente, imponha o meu ritmo... a minha voz... a minha palavra... o  meu eu... 
Encosto o corpo coberto de memórias a ti e sinto as tuas vibrações, ouço o silêncio da tua voz que me pede uma história, uma palavra... 
Ergo a mão e escrevo sem parar, num rasgo de loucura, de insanidade... escrevo... escrevo... escrevo... até ficar sem força... 
Abraço-te em busca de silêncio, de paz e as palavras adormecem, nada mais se ouve... 
e tu abraças-me com força…

26 janeiro 2014

Quando tu não estás...


Quando tu não estás, é funda a saudade que me exaspera, a minha noite é profunda, no céu não há estrelas, mas mesmo no silêncio sem fim e na escuridão completa, vejo claramente o teu rosto, ouço bem a tua voz…

Gosto tanto do teu sorriso e se o vejo fico tão feliz, como quando sonho o que idealizo…

Gosto tanto do teu olhar, é ele que rasga triunfante, as mil portas da felicidade de par em par…

Creio no teu coração, que é como que um templo majestoso onde eu adoro a própria adoração…

Por vezes do fundo da minha memória resgato momentos ternos, passados nas sombras dos teus olhos e assim eu vou sonhando os meus dias…

Prende-me ao teu imenso coração, ocupa todo o espaço da minha alma…

23 janeiro 2014

Desejo...

Quando chega a hora dos mágicos cansaços,
entrego-me nos braços da saudade  e toda a noite sonho...
e vagamente acordo... 
os lábios finos abrem-se num tremor e os meus  olhos tristes sorriem... 
tenho a alma toda envolvida na carícia dolorida duma saudade...
Sonhando quando nas horas mágicas, o sol doirado morria conhecendo a noite que deixava, harmonias ancestrais beijavam nossos ouvidos, nas sombras do quarto diluía-se docemente o perfil do teu corpo.
Eu, em frágil caravela, empurrada pelo vento vagabundo, perdia-me no teu ser, olhavas para mim,  um olhar ora descuidado, ora desconfiado, mas sempre feliz.
Na escuridão completa, conseguia ver bem o teu rosto, no silêncio absoluto, ouvia bem a tua voz. 
Na aldeia muda e calma, ficávamos mãos dadas a sonhar, tudo a nossa volta era sentimento, amor e piedade, a noite que caia era alma que subia...

19 janeiro 2014

tempo...

já reparaste como está o tempo?
o azul límpido do céu esconde-se no branco cinzento das nuvens...
sabes, as vezes penso que as nuvens são como gente e que agora para elas é tempo de saudade...
ou então estão de regresso para a sua amada terra, e quando se espalham pelo céu, estão somente a tentar um abraço terno no seu amor.
como eu gosto dela...
da sua beleza, da sua verdadeira beleza porque é recatada...

e o amor, o amor que lhe tenho, de tão grande que é, as vezes fica guardado no coração de quem a quer amar a vida inteira…

16 janeiro 2014

Menina bonita...


Perto de ti,
nada me parece impossível, amo o sol numa mão e a lua noutra, 
Perto de ti,
no meu peito, um rio a correr para o teu ventre que é o meu mar, 
Perto de ti,
não tenho de esperar o marcar do tempo nos ponteiros do relógio,
Perto de ti,
invento homens azuis feitos de mar, mulheres amarelas feitas de luar, 
Perto de ti,
deixo de pensar de olhos fixos numa estrela que não existe 
Perto de ti,
até a noite mais escura tem a sua beleza, no céu as estrelas brilham e há nelas tanta pureza. 

Perto de ti...

05 janeiro 2014

Hoje...

Hoje... 
Penso em tanta coisa e não penso em nada, não sei se te fale dos outros, do tempo, do céu, da terra, das coisas ou das noites... 
Sim das noites, vou-te escrever das noites, dos dias, das horas, daqueles momentos começados quando te encontro e rapidamente adiantados quando já não vejo a tua sombra.
Como é bonita a tua noite...
Nos teus intervalos, ao acaso sem âncora, vagueio no tempo, e o tempo esse vil traiçoeiro, vagueia e eu fico sem amparo.
Essas horas sem ti, são horas mortas, a minha alma expectante e serena agarra uma a uma todas as ilusões da tua presença, e assim em silêncio, a noite vasta e contínua...
caminha... 
caminha... 
alonga-se... 
e o dia acorda...
 na alma a esperança de ver o sol entrar sorrindo...