31 julho 2009

A verdade...

Habitualmente gostamos de dar um sem número de coisas, desde conselhos a mais completa atenção…
mas a coisa mais difícil que se pode dar a alguém, é de longe a verdade…
Porquê?
Porque a verdade é dura…
A verdade é estranha…
A verdade dói…
Claro que toda a gente diz que prefere a verdade, mas será que preferem mesmo?
Pois eu acho que fundo ninguém a quer ouvir, e tantas e tantas vezes só falamos a verdade porque é tudo o que temos para dar….
Outras vezes há em que falamos a verdade para nos poderem ouvir…
Outras vezes porque não conseguimos evitar…
Outras ainda porque devemos isso a quem nos escuta…
E agora pergunto eu...

quantas verdades existem?

28 julho 2009

Noite...

Sinto a luz da noite profunda, noite impossível sem estrelas, que torna o silêncio quase visível, a noite imensa tudo escurece...
Melancolia afunda a mágoa que me exaspera, negra a saudade que me devora, vivo dias inteiros sem primaveras, e as manhãs acordam sem a luz de aurora...
A saudade do futuro transforma a sombra em luz, a névoa em cor, o céu abre as alturas e recebo da lua a luz que me aquece, das nuvens a água que cai e torna a terra menos dura...
Quando te imagino, a linha do horizonte é um fio de asas, à tua volta pairam frementos de luz, teus olhos irradiam doces olhares que invadem a minha alma, numa carícia dolorida de saudade...

e assim meus olhos tristes sorriem...

22 julho 2009

Necessidades...

Os seres humanos precisam de muitas coisas para se sentirem vivos…
entre elas poderia enumerar…
Família…
Amor…
Sexo…
Mas na verdade só precisamos de uma coisa... para estarmos vivos.
Precisamos de um coração que bata…
O grande mal é que as vezes, deixamos o nosso coração ficar em perigo...
Nessa altura só há duas formas de reagir…
Ou corremos... Ou... Atacamos. Lutamos... Ou fugimos...
É o instinto…
Não podemos controlá-lo…
Ou podemos?

19 julho 2009

...

Ao longo da nossa vida temos momentos em que a realidade encontra forma de aparecer e nos surpreender de uma feição muito traiçoeira… nesses momentos sentimos mesmo o dique a rebentar e só nos resta nadar.
Isto só acontece porque teimamos em prolongar a nossa existência no mundo do fingimento na forma de uma jaula, apenas isso, nem sequer é um casulo. Lá dentro podemos moldar tudo a nossa medida e até conseguimos mentir a nós mesmas durante algum tempo. É sempre fácil ceder ao medo do desconhecido, esse desconhecido que por vezes nos deixa tristes, sem alma, sem tentação de libertar o sorriso, o olhar...
Porém chega um tempo em que o cansaço nos domina e assusta e por mais que neguemos não conseguimos alterar a verdade.
A negação começa por ser um simples rio mas rapidamente se transforma num enorme oceano.
E depois… o que fazemos para não nos afogarmos?

15 julho 2009

Falar...

Falar é a primeira coisa que realmente aprendemos na vida, mas o engraçado é que quando crescemos, e já temos um bom vocabulário para utilizar, mais difícil se torna saber o que dizer, ou como pedir aquilo de que realmente precisamos.
Na verdade no final de cada dia, há coisas sobre as quais não conseguimos deixar de falar, há coisas que não queremos ouvir e ainda há coisas que dizemos porque já não conseguimos ficar calados…
Vocês que já sabem falar, dizem sempre tudo ou também se vão se calando?
Eu por mim não vou fingir mais.
Não vou ficar sentada e deixar-me ser controlada porque estou pronta para ser eu a tratar das coisas…
Há coisas que são mais do que aquilo que dizemos, são o que nós fazemos…
Há coisas que dizemos porque não temos outra escolha.
Há coisas que guardamos para nós…
mas de vez em quando...
há coisas que, simplesmente, falam por si….

12 julho 2009

Ser adulta...

Cada vez menos sei o que é ser adulta…
Depois de toda a infância percorrida é natural sair de casa e criar uma nova família, embora deixando muita coisa para trás, a verdade é que aquelas inseguranças básicas, os medos e aquelas feridas todas que cresceram connosco, em momento algum nos largam...
e mesmo quando pensamos que a vida e as circunstâncias nos irão forçar a nos tornarmos mesmo adultas...
mais altas, maiores, mais velhas…
continuamos umas crianças, a correr no recreio, a tentar desesperadamente encaixar…
Passam os anos e a verdade é que sendo possível amadurecer, é muito difícil conseguir, porque afinal de contas, continuamos a quebrar regras, a fazer birras quando as coisas não correm como queremos, a dizer segredos no escuro aos melhores amigos, nunca deixamos de procurar conforto que desejamos e mesmo contra toda a lógica e experiência que a vida nos vai dando, nunca perdemos a esperança de vir a ser adultas…

07 julho 2009

Começar de novo…

Não falo daquela altura da viragem do ano, falo daquele colocar o passado para trás das costas e começar de novo…
Sim eu sei que não é assim que se resolve o presente mas as vezes, é difícil resistir…
Quase sempre é um acontecimento que nos faz sentir esta vontade de recomeçar…
Acreditamos numa nova esperança, uma forma nova e diferente de viver e olhar para o mundo, tentamos sempre esquecer os velhos maus hábitos, memórias menos boas antigas…
Se é importante nunca deixar de acreditar que se pode sempre recomeçar de novo, também não devemos esquecer que no meio de tanta coisa que tentamos deixar para trás, existem algumas que vale sempre a pena mantermo-nos ligados…

É através desse vínculo que escrevemos a história da nossa vida, desde o simples começar até ao momento que acabam as palavras...