30 outubro 2008

... Naquela noite...


Naquela noite tudo estava sereno… Era Verão e do teu rosto me banhava com os raios de luz que dele provinham.
Dois seres apaixonados, fugidos do mundo que habitualmente os acolhe, os seus sorrisos eram leves e serenos, como se o silêncio da noite os embalasse na mesma melodia…
Naquela noite… O teu sorriso era o meu…

Hoje o dia apresenta-se diferente… Um amanhecer cinzento, carregado de lágrimas que este imenso céu partilha comigo… Partiste de mim quase sem te despedir e deixaste-me neste vazio… De olhos pesados, fixos no horizonte, sinto-me numa existência vã e assim… Deixo-me adormecer lentamente, na esperança de um dia me voltares a acordar…

Naquela noite… A tua vida era vida em mim, os teus passos o meu caminho, a tua voz as minhas palavras…
Hoje… Resta o vazio…
Pois a noite findou e o hoje acordou…
Naquela noite… Eu tinha o teu abraço…
Hoje tenho apenas a lembrança e o frio da lacuna que perdura…

... Naquela noite...



Naquela noite tudo estava sereno… Era Verão e o do teu rosto me banhava com os raios de luz que dele provinham.
Dois seres apaixonados, fugidos do mundo que habitualmente os acolhe, os seus sorrisos eram leves e serenos, como se o silêncio da noite nos embalasse na mesma melodia…
Naquela noite… O teu sorriso era o meu…

Hoje o dia apresenta-se diferente… Um amanhecer cinzento, carregado de lágrimas que este imenso céu partilha comigo… Partiste de mim quase sem te despedir e deixaste-me neste vazio… De olhos pesados, fixos no horizonte, sinto-me numa existência vã e assim… Deixo-me adormecer lentamente, na esperança de um dia me voltares a acordar…

Naquela noite… A tua vida era vida em mim, os teus passos o meu caminho, a tua voz as minhas palavras…

Hoje… Resta o vazio…
Pois a noite findou e o hoje acordou…
Naquela noite… Eu tinha o teu abraço…

Hoje tenho apenas a lembrança e o frio da lacuna que perdura…

29 outubro 2008

Onde...


Agora, hoje, neste instante, o mundo nada me diz, aceito viver nele porque não me resta outra alternativa… sinto a falta do amor… o amor é tudo o que de melhor se pode ter na vida, o amor é flor de poesia, é estrela de verso e alma de universo… o amor é a lua que sobe no céu lentamente, é o coração que faz correr o sangue…
Eu queria um lago de luz na minha face, onde a noite morresse, e onde a sombra da alma do corpo do amor se deitasse…
Onde estará o meu amor…
Vem depressa, não tardes que me falta a vida…

28 outubro 2008

... Adormecida...


Repouso em mim e sofregamente respiro este profundo amargo que me envolve… Presa a garras eternas, descabidas de tamanha incoerência, vivo cada momento como se me instalasse nesse recobro infinito em que me deleito em tempos que jamais conhecerão fim.
Jaz em mim tal melancolia cruel que me assombra a cada instante, não sendo no entanto pesadelo em mim, mas um sopro de vida que renasce, me faz renascer e me adormece com um abraço acolhedor.
Tortuoso será então este sentir e injustificável perante inúmeros seres que preenchem este físico mundo que me rodeia, pois congratulo-me neste tormento de mim…
Suspiro, respiro… E nesse instante mais um punhal me atinge e… Adormeço… Imóvel… Meu corpo é então o vilão de todos tempos, uma armadura que visto e vive em mim como maior inimigo…
Vivo então adormecida em corpo dormente, renascida em pensamentos, alimentos natos desta alma… E em palavras que escrevo, recordo o primeiro parágrafo…
Recuo no tempo, nesses minutos que contaram desde o primeiro borrão de tinta… Ou talvez…
Horas…
Dias…
Meses…
Anos…
Uma vida…
De um sonho inatingível, de quimeras repisadas, de palavras repetidas… O sentido não chega e permaneço, neste meu adormecer constante, sonhando que um dia… Talvez um dia… Este jogo de palavras seja transcrição pura deste sentir…
Mas o ágil de mim não são estas mãos que comandam as palavras que escrevo… É um todo de uma complexidade tal que eu própria não descodifico para linguagem do comum dos mortais.
Meus pensamentos, minha alma… Quem sois, quem serão… Um dia… Em que tudo findará?
Será um eterno prolongado ou simples passagem mortal…?
Sem rumo, apenas adormecida…
Em mim… Quiçá…
Eternamente…
Adormecida…

24 outubro 2008

Liana...

Hoje... penso em tanta coisa e não penso em nada, não sei se te fale de mim, de ti, dos outros, do tempo, do céu, da terra, das coisas ou das noites... das noites, sim, vou-te escrever das noites, dos dias, das horas, daqueles momentos começados inesperadamente quando uma voz te dá o alento de rever a sua sombra na noite…
Essas horas contigo, foram horas vivas e cheias de cor, a minha alma expectante e serena agarrava uma a uma todas as tuas palavras… o doce mover dos teus lábios cor de fogo… partilhamos ilusões e certezas e a noite vasta e contínua, foi caminhando... caminhando... até ao momento que por mero acaso te pude ver adormecer…
Como é bonito o teu dormir… Nos intervalos do teu descanso, ao acaso sem âncora, vagueei no tempo, e o tempo, esse vil traiçoeiro, chamou pela madrugada e eu fiquei sem amparo…

Por agora, não vou prender mais com falas o meu pensamento, quero deixar reinar o silêncio, porque é nele que está o melhor verso. Por favor vento, corre por aquela estrada e leva o meu pensamento e diz-lhe a ela, apenas a ela… que a minha alma, igual à luz do dia derrama-se no céu azul em ondas de ternura…

23 outubro 2008

...(in)existência... (in)temporal...


(in)satisfeitos… Pelas
(in)coerências de trilhos…
(in)definidos… Sejamos então
(in)felizes nestes sentir
(in)constante… Pois um dia,
(in)delicadamente dormireis na vossa
(in)sanidade…
(in)finitamente…

22 outubro 2008

... Quem sois...


Que sabeis do mundo, oh sociedade perdida?

Sois vermes rastejantes que lambeis todo um luxo mesquinho...

Que sabeis do puro sentir?

Pois que neste inferno por vós criado, louco é aquele que rasga a pele do seu corpo e se solta em murmúrios chorosos de alma que sofre, sorri..

Vossos tronos e seus adornos são excrementos, são pedaços apodrecidos por vós, em vós...

Soltai-vos em vós, pois só saboreando as próprias entranhas saberão o acre da dor e o doce da felicidade...

20 outubro 2008

Liana...

Graças ao teu empenho e apesar do dia já se ir esgotando, pude observar os pormenores da paisagem da serra a perderem-se na escuridão, um silêncio constrangedor mas extremamente sereno, dentro de mim, vagos receios, mas naqueles momentos, só nós existimos... e eu pude então admirar aquela que me prende, doce figura que para meus olhos fosse mais formosa, seria impossível.

Quando avisto os teus olhos, vejo sempre uma cor diferente, brilhante, incandescente, sublime, que domina toda a minha alma... e eu, não consigo ver um arco-íris mais belo que o teu contagiante suave sorrir…

O sono toca-me de manso, o céu já anuncia o dia, sinto que ficou entre nós uma ponte azul que nem a lua nem o sol conseguirão desvanecer… por ela caminharei de mansinho até um dia chegar a ti…

17 outubro 2008

Perdida...

Quem diz ao meu coração qual a estrela a seguir, para amanhar o meu destino... tudo o resto me parece tão inevitável... assim como a ave aprende a voar, e a planta floresce com o calor do sol... ai que fácil seria assim pensar…
O meu pensamento voa cada vez mais longe, mas tudo o que eu quero é cumprir o meu destino… existo porque sei que devo viver e morrer por alguém… existo porque algures sentirei os olhos que serão a minha vida… existo porque ainda espero a paz que só o amor garante…
Perdi o comando da minha alma forte e ardente que outrora a nada se inclinava, mas agora, vela pelos mistérios de amor, tem a cor da noite e da lua e anda humildemente perdida...
Sonho um dia, livre ao vento, soltar a alma e o pensamento, curvar-me aos teus desejos, desmaiar com os teus carinhos, renascer com os teus beijos…

Onde estás tu…

16 outubro 2008

... Retalhos...


Retalhos que findam num tempo que deambula entre a fogosa rapidez e a inércia anestesiante…
Retalhos deste ser numa dimensão paralela, retalhos de vida, retalhos de dor, retalhos de prazer…
Retalhos de um nada atordoante entre a inexistência de mim e a minha própria plenitude…
Retalhos…
Peças que te deixo amor, soltas numa vida que te abro, numa existência que te confio…
Peças que permanecem, ao acaso, dispostas no limiar da razão e da loucura, pois que a tua distracção é tal que não sentes o sabor salgado que me banha o rosto…

Retalhos amor… Retalhos de mim… Retalhos de ti… Retalhos da podridão que nasce em mim… Retalhos…

Escassos raios de luz me atravessam e vivo neste mar imenso de escuridão, que seu eterno companheirismo me embala e me adormece… Pois que a luz me fere, me trespassa, me dilacera a alma e fere todo o meu ser…

Retalhos de luz… Um todo de escuridão…

Retalhos dançantes, saboreando a doce melodia da melancolia…
Retalhos…
…de Vida…
…de Dor…
…de Prazer…

Retalhos…

14 outubro 2008

Liana...

Apesar do ar frio daquela noite espessa e chorosa, ela revelava-se calma e apenas podia esperar o prolongar da melancolia…

Bastou apenas um silêncio falado para reparar naquela luz brilhante, parecia uma estrela cintilante... donde lhe viria tanto fulgor... rapidamente se inflamou e pude sentir a celeste fragrância que exalava em mil cores…

Os olhos ardentes eram capazes de queimar a alma…
mas quando o seu sorriso nasceu…
oh meu Deus, como seria possível espalhar tanta alegria, tanta força, tanta coragem, tanta paz…

Reinava o ar frio na noite calma, a minha alma flutuava livremente e sentia os momentos correrem como as folhas caídas no rio… senti o frio das horas a calarem os meus medos… e eu… naquele instante... desejei apenas que as horas dormissem e a noite jamais tivesse fim…

13 outubro 2008

... Distorção...


Distorção completa da realidade, num misto de emoções incapazes de serem interpretadas… Uma revolução interna, perdida… Um encontro com o vazio… Uma fuga da plenitude!
Quiçá esse rosto perdido na imensidão seja apenas quimera de um olhar ausente de si… São vagos os registos concretos desta mente demente.
Ausência constante, num desencontro de mim por trilhos corrompidos, interceptados por almas flutuantes, sonhadoras…
Distorção de mim… Distorção de um mundo que sinto não ser meu… E cegamente me entrego a cada dia, num vazio circunstancial capaz de penetrar esta alma perdida…

Distorção…

Do tempo… Do espaço…

Distorção…

12 outubro 2008

O teu livro...


Restos de um podre repisado, belas fotografias do vivido idealizado...
Assim é o passado que em nós fica...
Retalhos do belo, retalhos do desfigurado... E no trilho do presente almas permanecem, voando ao sonho de um futuro onde se deleitam...

Assim sou, assim quero ser...

...No livro da vida que escreves...

08 outubro 2008

Perdida...

Anseio todo o momento pela suavidade desta hora em que nos foge o dia e que a lua ora aberta em todo o seu esplendor ora encolhida por alguma dor vai abrindo o espaço a noite…
Sinto murmurar dentro de mim uma harmonia suave, umas vezes profunda e grave outras vezes meiga e cadente outras ainda que me faz chorar… és tu meu anjo quem me faz chorar, tu meu anjo de solidão… não te importes com as minhas lágrimas vem juntar-te junto a mim, mas rasga os teus versos pois não quero sentir as tuas palavras gravadas de saudade, o teu triste gemido de adeus, deixa-me expirar como uma nota quebrada do teu canto… Faz renascer em mim a poesia da felicidade que murmura levemente na minha alma…

06 outubro 2008

Sonho da alma... Peça solta...

Sopro de demência, sôfrego sentir… Vazio que preenche um ser desconhecido…
Alma de poeta, pensar inconstante…
Palavras soltas num acaso incondicional… Sonho leve… Pluma flutuante…
Quimera de meu ser, que o tempo na sua crueldade não pare a sua corrida e nesse inevitável momento essa marca desejada de deixar um sopro às almas perdidas deste meu louco sentir…
Livre pensar… Pesado sentir…!

Ao meu olhar chega a imagem da euforia social num suicídio mental a que cada um se submete…
Em cada função, em cada preocupação afasta-se o sentir e o pensar, vivendo numa superficialidade imensa… Fica então uma peça perdida desse puzzle, uma peça solta que não se encaixa…
Um desespero de ser o não ser de um mundo inteiro…

02 outubro 2008

... Palavras... Soltas...

Sufoco...
...Asfixia
Desespero...
...Angustia
Tormenta...
...Pesadelo
Morte Lenta...
...Desfragmentação
Demência...
...Loucura pura
Tormento...
...Apatia
Ironia...
...Sarcasmo
Morbido...
...Dilacerante
SOFRIMENTO...

01 outubro 2008

Medo...

Não receio apenas que me esqueças, receio também é que esqueças a pessoa maravilhosa que encontrei em ti…


sinto por demais a falta da paz que tu me dás…