11 fevereiro 2008

Florescer...


Há em cada um de nós, de tempos a tempos, a vontade, o desejo de ver a primavera florescer no nosso interior… Sentir que no fundo há um olhar que nos observa em cada canto por que passemos, esse olhar que nos dedica o seu tempo, nos valoriza e acima de tudo consegue não apenas julgar os nossos defeitos, mas também valorizar as nossas virtudes…

Ainda que muitas vezes os desencontros da vida nos permitam amar sem a verdadeira partilha, ainda que por vezes olhemos essa pessoa que de nós espera somente a amizade, ainda que por vezes amemos num desgaste constante que nos demove e encurta as nossas expectativas de um futuro sonhado… Ainda assim… Dedicar o que de nós temos para dar a alguém que amamos é sem dúvida dos maiores privilégios…

Ainda assim… Aguardo o dia em que, na plenitude do teu sentir, me abraces de coração…
Aguardo… florescer em ti…

10 fevereiro 2008

Evolução...


Nada que eu faça poderá fazer findar esta nata demência que me acompanha…

Fuzilada por gumes de espadas afiadas que me são lançadas por mim mesma… Assim sou eu… Assim serei?
Alguém me disse (e com sua razão) que as pessoas evoluem… Temo então a minha evolução…

09 fevereiro 2008

Para ti...

A luz diurna já se retirou… nestas alturas sinto sempre que o tempo foge de mim... ainda é demasiado cedo para que o cansaço me leve ao reino dos sonhos...
quero dizer-te ainda, que na falta de motivos válidos a ilusão acaba por ser um bom substituto mas com o tempo acaba pouco eficaz…
dizes que te compreendes mas olha que a compreensão é um grau de lógica muito elevado que não nos leva a lado nenhum…
percebo que aceites a incompatibilidade, mas não percas nunca a tua individualidade…
estas palavras são para ti… e para quem te lê…

08 fevereiro 2008

Saudade...


Olhar o passado é olhar docemente a saudade… Acariciar com o pensamento o que ficou de mim…
Tento agarra-lo, traze-lo ao presente, mas friamente se recusa… O passado em seu tempo permanece e o presente em meu manto apodrece…

Sou a sombra da mente que fui…

07 fevereiro 2008

Passos...

Desapegou-se o passado de mim... deu-me um pouco de paz e sossego, não tenho mais que pensar nos porquês... sinto os meus passos livres... as vezes os dias são tão vazios, não são?

Aguardo... Pelo meu regresso...


Vagueio pelos escombros da saudade… Estendo a minha mão, esperançosamente até que a vitalidade toque a minha alma…

É doentia esta loucura que se apodera de mim enquanto tudo em meu redor se move a um frenesim constante que me atordoa esta alma vazia enquanto espero…
Renascer, da tua companhia…
Renascer, da tua voz…
Renascer, dos teus pensamentos…
Renascer… Em ti… De ti… Em nós…
Forçosamente soltas ficaram estas linhas… Quero-me de volta…
Somos uma só… Melancolia e Escuridão…

Hoje o dia mostra-se perante mim com dose menor de melancolia e na ausência da minha escuridão, sinto-me o mais vazio ser, incompleto… Seca pela falta de inspiração nas palavras… Morta da ausência de pensamentos…

06 fevereiro 2008

Abismo...


Um dia, todos os rostos serão somente memórias em todas essas mentes apodrecidas pela passagem do tempo… E a hora de vislumbrar a paisagem que outrora tivemos por perto é não mais que o arrependimento de não termos parado para dar conta do verdadeiro sentir…
Egoísmo… Ambição de vencer o próprio tempo…

O fim estará de certo no culminar entre a eterna insanidade e a momentânea lucidez de cada passo.
Horrorizadas, todas essas frágeis e secas almas… Fantoches que se cruzam em cada caminho no trajecto a casa…
Não falo de ti, nem de mim… Falo de todos nós… Seres incapazes de um trajecto sem egoísmo, falsidade, mentiras…
Ambição de possuir o mundo…

Somos podres em cada ínfimo pedaço de pele… Podres do demasiado amadurecimento de tudo aquilo que proclamamos para que todos oiçam que não somos, quando no fundo… Todas essas negações são verdades cruéis que jamais teremos a humildade de reconhecer…

O abismo entre o querer e conseguir… Enquanto isso… Imaculadamente finco os meus olhos cansados no puro da natureza…

05 fevereiro 2008

Imagem...

A futilidade aumenta com a qualidade de vida, é um facto. Com ela perde-se a humildade de sabermos o que somos, reconhecermos o que fomos e desconhecermos o que se apresenta aos nossos olhos. esta imagem tal como a vida é apenas um fragmento efémero do momento colorido que vivi, mas anulando o colorido, ultrapassa a minha incompreensão e a minha realidade. Num breve instante outra história e outra vida sobrevive a esta imagem...

03 fevereiro 2008

Parte de mim...



Haverá na vida um sentido?

Tantas vezes a turbulência dos pensamentos nos assombra, um inconstante ondular de sentimentos que por nós passa… Um vaguear pelo certo e o errado, onde os nosso erros são pesadelos que assombram as mentes dementes de cada um.

Permaneço, neste vazio de quatro paredes, imaginando o sensual e arbitrário ondular desse extenso aglomerado de lágrimas…
Salpicos desse choro que um dia com ele partilhei, continuam selados em meu rosto e no auge da melancolia sinto esse companheirismo eterno… Essa fúria, raiva… Esse desespero de abraçar cada pedaço de areia que tanto ama, esses invulgares e grotescos movimentos tecidos pela saudade de abraçar a costa…
És parte de mim… Esse lado mais demente, inconstante… És parte de mim… Aceita-me… Recolhe cada lágrima minha…

A vida passa por mim… Pergunto-lhe o seu rumo… e ela segue cruelmente… Abandona-me…

After

Imagem em http://www.bebo.com/

I can’t take anymore
I can’t breathe
I’m sick of this goddamn darkness,
Sick of sadness and tears I throw it all up every single day
Together with last night’s dinner
I have lost myself completely
I have convinced myself
I am someone else
For God’s sake,
I need to be realI need touch
I need... people?
I have to turn my life around...
But... I will still be myself, won’t I...?


After by Riverside

02 fevereiro 2008

Entrega...

Imagem em www.bebo.com


Num requinte soturno, rejeitas o meu presente… Entregue em bandeja de ouro, com todos os segredos que guardava.
Desdenhado por ventres alheios, famintos deste sentir … Lampejos de um ardor intenso que me consumia na chama desse paraíso que findou…

Teu sopro, é agora o mais ténue chamamento… Escondeste nesse recanto por ti criado onde nem sempre me é permitido entrar. Sou folha amarela em tempo de Outono nesse teu tronco adormecido…

Por onde andarás, minha perdição?
Teu corpo permanece a meu lado… Tua alma…?

Deixa-me senti-la e traz contigo o requintado presente que te dei…

Em silêncio...


Sentida num olhar... Esse olhar que tanto gostaria de ver...
Em silêncio... Ouvir-te-ei...