31 janeiro 2006

Erros...

Hoje vou falar de erros… sim, de erros… como poderemos ou deveremos encarar os erros, segundo uma perspectiva de alguém que seguiu humanísticas na juventude e agora anda perdida nas contabilidades…
Comecemos então pelo erro de matemática, é capaz de prejudicar uma conta inteira, já o erro de geografia pode desorientar um viajante, um erro que as vezes não têm importância nenhuma é o erro de gramática… chega mesmo a ser uma comédia… e um erro de história? acho que é ainda pior que um erro de matemática, chega a ser um drama não sabermos qual o nosso lugar na história... finalmente um erro de filosofia, pode ser uma verdadeira tragédia…

28 janeiro 2006

Coragem...

Ter medo é não viver, ter medo é ouvir mais do que é dito, é ler nas entrelinhas do que não foi escrito, é acordar sem ter dormido, é adormecer sem fechar os olhos… é vaguear pelo mundo das sombras e esperar sempre não encontrar o nosso eu… é olharmos para a nossa sombra e não nos conhecermos por termos passado demasiado tempo sem olhar para nós…
Ter medo é estar cansada de tanto fingir ou representar… cansada de amar… ter medo é abrir a boca para falar sobre o que realmente pensamos e sair tudo ao contrário… acabamos por guardar o pensamento só para nós e depois surge o arrependimento… nem sei porque perco tempo a escrever tudo isto… afinal de contas… tudo o que eu quero é ter coragem…

23 janeiro 2006

Desistir...

A solidão dói quando é aceite… quando finalmente nos rendemos ao seu dissabor e encantos, quando num último suspiro aceitamos o seu abraço… então sim, a solidão dói… é chegado o momento em que não mais lutamos ou desejamos.
Nada se consegue através do proibido ou permitido… nada se alcança com a amabilidade e estabilidade… nada se conquista com apoios e grandiosos momentos de entreajuda. Numa época sem barreira não é a colectivismo que fica mas sim o individualismo, o protagonismo dos sem lei… dos fora do sistema

18 janeiro 2006

Tempestade...

A saudade avança cautelosa... fita-me de longe, constrangida, mas saúda-me com o seu olhar arrogante... sabe-me sua dependente... a saudade é uma droga viciante... não falo mais de ti.
Já te disse como fica o hoje? Já te falei do frio que tem feito nestas noites longas onde nem o luar nos aquece? Agora diz-me como me sentes? Como me tocas com a tua ausência? Ainda à pouco dei por mim no passado... as vezes sou um puzzle repleto de peças em falta... estou cansada, muito cansada... em breve o silêncio vencerá...

15 janeiro 2006

Trivialismo...

O trivialismo das conversas consome-me... a distância que vai desde a minha relação às insgnificâncias das relações ditas normais é demasiado longa para tentar ainda percorrê-la... o mundo gira apressado, a noite avança lentamente... e cresce a constante ilusão de que algo mudará... mas apenas o tempo muda, pois a paisagem é sempre a mesma...

09 janeiro 2006

Infinito...

No horizonte, tenebrosa compilação de recortes brilhantes que teimam em sobressair... sigo o traço mal definido... sigo até onde os meus olhos o percebem... procuro-me a mim... encontro todos, conheço todos e ninguém... procuro-me a mim...

08 janeiro 2006

Pensamento...

Entre a paixão e o amor, o desejo e a loucura, corre um corpo para o desconhecido... a subtileza do prazer que avança cuidadosa, perturba a quietude nocturna... desperta-me... olha-me indignada e pede permissão... não cedo... não me dou... se assim fosse deixaria de ser dona e passaria a ser escrava...

04 janeiro 2006

Nada...

As horas correm lentas pela rotina dos dias, as pessoas agitadas perdem-se pelos horários a cumprir... nada disto me anima... nem sabendo que em breve a primavera virá com as pioneiras flores, o calor do sol, os pásaros de garganta aberta que mostram os seus dotes... nada... quando ao longe a vaga escuridão inicia a chegada da lua, então o coração sossega, pois que enfim a noite chega...