27 setembro 2005

Desistir...

As palavras as vezes ferem, mas são necessárias… será um erro… não dizer certas palavras ainda que duras, mas verdadeiras, a quem de direito?
Mesmo sabendo todos os conselhos, sigo por caminhos escuros... Estranhos desertos... e, ignorando todas as regras, todas as armadilhas desta vida urbana, eu não reajo…
Quero desistir… vou desistir… não tenho vida para tanto… :((((

23 setembro 2005

Morte...

Hoje convivi de perto com a morte... ou devo dizer o fim da vida? Todos concordamos que a vida revela-se ao mundo como uma alegria... podemos encontrar a alegria no jogo eternamente variado dos raios do sol e da lua... na música das vozes da natureza... na dança dos movimentos do vento... em todo o lado... será que podemos adiar a morte enquanto não desaparecer a alegria do coração do ser humano?

Alguém disse um dia, penso que foi Jacqueline Auriel, e eu subscrevo "Não é de morrer que tenho medo. É de não vencer."

22 setembro 2005

Vazio...

Estar sob estrelas e nada mais... Sobre mim, talvez lua... Cheia, clara, meia... Escuridão... A contradição no voo de um pássaro nocturno: tudo, menos o sol iluminando falsas alegria, sorrisos amarelos, olhos sem brilho ofuscados pela claridade dourada.

19 setembro 2005

Suspiro...

Um suspiro parece soar em algum canto de... mim? Não sei de onde veio. Não da minha boca, que permanece cerrada, enquanto os dedos deslizam por este teclado frio.Não sei o que aconteceu. O mundo continua o mesmo, mas parece que, em algum lugar, alguma cortina caiu, e deixou entrever as minhas próprias ilusões.

17 setembro 2005

Passado...

Pela janela deste quarto vazio voam meus pensamentos ousados de poesia, amor, paixão... culpa;
as recordações doem com atitudes vingativas que se perdem no ar.
Lá fora, a paisagem enegrecida pela plenitude de meus pensamentos...
O amor confunde-se pela madrugada.
A nossa igualdade exterior atinge o auge na divergência de conteúdo, de sentimentos e explosões simultâneas de prazer... Pensar que no antes não haveria lugar para o nosso agora... Haverá lugar para o depois?
Seremos nós a inventá-lo, a construí-lo deitando por terra as fictícias imagens da antiquada moral e da ilusória virtude.
É na beleza dos nossos corpos que visualizamos o enorme sorriso de nossas almas, sedentas de um cantinho no mundo...

16 setembro 2005

Sentido...


Hoje há muita coisa que não faz sentido, ou então tudo tem o seu sentido, por mais bizarro que pareça… bem, vamos partir do princípio que o caminho apontado é este: tudo faz sentido se tudo tem valor… por exemplo… o egoísmo faz sentido? Faz. Mas e tem valor?… e o amor? O que faz sentido amar o próximo, mesmo se nos é desconhecido? Mas que sentido isso tem, se somos todos egoístas?... ou não somos?

15 setembro 2005

Riscos...

As vezes corremos o risco de amar mais do que podemose, por medo, sempre menos do que somos capazes. Buscamos pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada. Quando nos entregamos, atiramo-nos e quando recuamos não voltamos... Bah... não me levem a sério, sei que nada é definitivo. Nem eu ou o que penso que eu sou. Nem nós ou que a gente pensa que tem. Realizar o amor é perder-se… desiludir-se… morrer….

11 setembro 2005

Noite...

A noite desce... vem de longe, lá dos países banhados de sol, onde outros mares, cantam outras cantigas, onde outras estrelas deslumbram outros olhares que não os nossos. E eu, preguiçosa perdida na vastidão do universo, fico pensando... a cor das flores, a sombra das árvores, o alinhamento de ruas e canteiros, tudo se esbate e encolhe. Por cima do erro e de eu estar aqui abre-se de repente, como se a luz do dia fosse um pano de teatro que se escondesse para mim, o grande cenário das estrelas. E então esqueço com os olhos a plateia amorfa e aguardo os primeiros actores com um sobressalto de criança no circo…
aqui vamos para mais uma semana…

09 setembro 2005

Quietude...


Eu já desejei não amanhecer e não raro fiz de conta que o escuro do quarto nas janelas fechadas sob a cortina, significava noite escura. Ignorava os ruídos da casa: estava presa nos meus próprios silêncios, na minha vida particular que não estava com vontade de viver...

08 setembro 2005

Preguiça

Hoje deu-me a preguiça de acordar de manhã e suportar o resto da existência, mas achei melhor fingir que não era comigo e levantei-me com a cara igual a de todos os dias... Desconfio que as horas estão meio difíceis de passar, parece que o relógio está com algum defeito e vai daí invento um monte de coisas para empurrar o tempo...
Temo que ande a inventar vida...

06 setembro 2005

Aqui...

Escrever as vezes é triste... Porque impede a conjugação de tantos outros verbos. Os dedos sobre o teclado, as letras vão-se reunindo com maior ou menor velocidade, mas com igual indiferença pelo que vão dizendo, enquanto lá fora a vida acontece não só com bombas e catástrofes, mas também em dádivas da natureza... a lua a esconder-se do dia… o sol deitado no horizonte… o céu ora azul ora cinzento ora cor de fogo…
Sim também eu quero ser sempre melhor, mas melhor do que sou e não melhor que os outros.

05 setembro 2005

Ser...

Ser uma coisa é ser objecto de uma atribuição. Pode ser falso dizer que uma árvore sente, que um rio corre, que um poente é magoado ou o mar calmo (azul pelo céu que não tem) é sorridente (pelo sol que lhe está fora). Mas igual erro é atribuir beleza a qualquer coisa. Igual erro é atribuir cor, forma, porventura até ser, a qualquer coisa. Este mar é água salgada. Este poente é começar a faltar a luz do sol nesta latitude e longitude. Tudo vem de fora e a mesma alma humana não é porventura mais que o raio de sol que brilha.

04 setembro 2005

Agora

A minha mente desenha o brilhante astro do dia, mal os seus primeiros raios dissipam as trevas que cobrem o horizonte, ou como a primavera, depois de um rigoroso Inverno, leva atrás de si o louco rebanho dos doces zéfiros, e imediatamente, tudo se modifica sobre a Terra, um colorido mais brilhante embeleza as coisas, e a natureza rejuvenescida apresenta, aos nossos olhos, um espectáculo mais agradável e mais risonho…
(estará isto tudo na tua mente, Petra? huummm...)
Espera… tu não queres que vejam o que tens na mente, pois não?
Sim… compreendes agora… quem és tu?

02 setembro 2005

Palavras...


Falarei sempre por palavras em primeira mão... porque essas, sei que serão cobertas de verdade, sentimento... não são censuradas por mim...
Será real este mundo de palavras, reflexos no espelho infiel do dicionário?

01 setembro 2005

Correspondências

Hoje a tarde cai monótona e sem chuva, num tom de luz desalentado e incerto... e eu também me sinto assim... caindo. Sinto uma tristeza profunda…
Escrever as vezes é triste...