21 novembro 2012

Momentos...


Escolhi um lugar a sorte para me sentar e aproveitar o sol do final de tarde…
num instante quatro jovens sentam-se perto da minha mesa a falar alto de coisas sem nexo… falam de gelados, “comi este e aquele” “gosta dos de leite?” e mais não sei o que, irra coisas de gajas mesmo.
Viro o olhar.. 
 vento… 
carros passam… 
linhas de vidas que se cruzam…

Novo assalto, a raça das raparigas teimam em anular os meus pensamentos com as vozes estridentes, agora o assunto é a gordura, gelados e pimba gordura, tudo com lógica, daqui a pouco deve surgir o tema top.
Além perto da rotunda, sobressai uma palmeira enorme em frente a uma casa antiga e abandonada… 

África assalta-me o pensamento, as cores deste dia lembram um qualquer dia da minha infância.

Reboliço normal de uma cidade e o meu olhar de criança ansiosa por saber que terá pintado assim o dia?
Que giro todos passam apressados, os que conduzem os que andam a pé, a excepção é novamente estas quatro do lado, irra que pertenço a uma classe que por vezes é tão oca nas conversas.

Mas tu não és assim… deve ser por isso que me atrais tanto.

Agora reparo que bebi café, ora se fumasse um cigarro seria a verdadeira boémia que esvazia as tardes na esplanada a observar as pessoas e a escrever notas, uma imitação perfeita de um qualquer escritor famoso.
Os minutos passam e a porra da conversa da gordura continua.

Dou comigo a pensar novamente em ti… realmente não entendo porque se distinguem gerações, afinal encontro tantas afinidades e interesses em comum contigo, porém quase duas décadas nos separam. Estou tão completa e acho tão natural estar contigo que confesso que nem me lembro que somos iguais… 

gosto da expressão, amor entre iguais.