Eu acho que não, as pessoas solitárias são aquelas que vivem para os outros, ignoram as próprias necessidades e procuram encontrar a sua própria paz na alegria dos outros, chegam mesmo a ignorar os amigos e família, apenas pelo bem-estar dos outros… afinal não falo de pessoas solitárias, falo sim de pessoas apaixonadas… sim, uma pessoa apaixonada e uma pessoa solitária, e não há nada no mundo que nos faça sentir mais sós que o final de uma paixão, é que ficamos apenas nós mesmas… transformamo-nos numa autêntica ilha e o segredo para resistir é quando alguém faz alguma coisa e nesse instante sabemos que não estamos sozinhas…
07 dezembro 2009
sem sentido...
28 outubro 2009
Dor...

Ao longo da vida colhemos muitos ensinamentos para combater a dor mas muitos poucos que nos ensinam a desfrutarmos da vida...
Sabemos praticamente reconhecer todas as formas de dor, sofrimento mental, aflições, perdas, arrependimentos, enfim definições que nunca mais acabam. Na verdade são apenas definições que raramente são válidas.
A dor não é comum nem sofre sempre da mesma origem, umas vezes é pela vida, outras pela perda e outras ainda pela mudança.
E quando sentimos que a dor é extremamente forte, só nos resta lembrar que a qualquer instante tudo pode mudar.
09 outubro 2009
Sentidos...
O céu é húmido e fresco neste final de tarde abandonada, aberta a todas as vozes, que instante perfeito de coragem para receber um aviso de uma verdade primordial. O tempo não passa por mim, é de mim que ele parte. Por agora o tempo não existe.
Como imaginar o futuro? Quantos anos ainda me esperam? Que caminhos desertos ou de companhia me esperam? E o passado que posso ver nele do que me sinto, me sonho, me alegro ou me sucumbo? O meu futuro será este instante desértico, ou será tudo aquilo que me projecto.
Lembro-me da minha infância, de tudo o que me ofendeu ou sorriu, o que sou vem daí e sou eu ainda agora ofendida ou risonha, a vida é cada instante, cada eternidade onde tudo se reabsorve.
Sou agora irremediável como a absurdez de uma pedra. O que sonho mal é um sonho porque o espero violentamente, o desejo na experiência do meu corpo. Terei pois como destino esta agitação constante de nada? Será pois uma ilusão o termo da minha luta esse termo que eu me invento talvez só para a dignificar? Sei o que quero, porque eu sei o que desejo, mas pode a vida não sabê-lo, a vida também sou eu, o que ignoro de mim amanhã também é a minha vida. De que segredos se resolve uma vida? De que pressões, obstáculos, sacrifícios?
Aquilo de que falo está dentro de mim, sou eu... se algum crime houve em mim, foi só o de ter nascido.
01 outubro 2009
Divagações...

Mas na vida e no amor também é preciso sentir a dor, e é isso que nos faz especiais, que nos faz mais bonitos que nos valoriza…
imaginem a dor com que amamos…
vem sempre acompanhada de esperança, sim esperança…
e a verdade é que no meio dela, podemos passar por alguns lugares…
agonia…
optimismo…
fé…
mas o que importa mesmo é nunca perder a noção que somos humanos, temos vida…
e isso é efectivamente tudo o que nós temos….
para dar e receber…
13 setembro 2009
Cartas a M...

03 setembro 2009
Feliz...
19 agosto 2009
31 julho 2009
A verdade...

28 julho 2009
Noite...

Melancolia afunda a mágoa que me exaspera, negra a saudade que me devora, vivo dias inteiros sem primaveras, e as manhãs acordam sem a luz de aurora...
A saudade do futuro transforma a sombra em luz, a névoa em cor, o céu abre as alturas e recebo da lua a luz que me aquece, das nuvens a água que cai e torna a terra menos dura...
Quando te imagino, a linha do horizonte é um fio de asas, à tua volta pairam frementos de luz, teus olhos irradiam doces olhares que invadem a minha alma, numa carícia dolorida de saudade...
22 julho 2009
Necessidades...
Família…
Amor…
Sexo…
Mas na verdade só precisamos de uma coisa... para estarmos vivos.
O grande mal é que as vezes, deixamos o nosso coração ficar em perigo...
Ou corremos... Ou... Atacamos. Lutamos... Ou fugimos...
É o instinto…
Não podemos controlá-lo…
Ou podemos?
19 julho 2009
...
Isto só acontece porque teimamos em prolongar a nossa existência no mundo do fingimento na forma de uma jaula, apenas isso, nem sequer é um casulo. Lá dentro podemos moldar tudo a nossa medida e até conseguimos mentir a nós mesmas durante algum tempo. É sempre fácil ceder ao medo do desconhecido, esse desconhecido que por vezes nos deixa tristes, sem alma, sem tentação de libertar o sorriso, o olhar...
Porém chega um tempo em que o cansaço nos domina e assusta e por mais que neguemos não conseguimos alterar a verdade.
A negação começa por ser um simples rio mas rapidamente se transforma num enorme oceano.
E depois… o que fazemos para não nos afogarmos?
15 julho 2009
Falar...
Na verdade no final de cada dia, há coisas sobre as quais não conseguimos deixar de falar, há coisas que não queremos ouvir e ainda há coisas que dizemos porque já não conseguimos ficar calados…
Vocês que já sabem falar, dizem sempre tudo ou também se vão se calando?
Eu por mim não vou fingir mais.
Não vou ficar sentada e deixar-me ser controlada porque estou pronta para ser eu a tratar das coisas…
Há coisas que são mais do que aquilo que dizemos, são o que nós fazemos…
Há coisas que dizemos porque não temos outra escolha.
Há coisas que guardamos para nós…
mas de vez em quando...
há coisas que, simplesmente, falam por si….
12 julho 2009
Ser adulta...
Passam os anos e a verdade é que sendo possível amadurecer, é muito difícil conseguir, porque afinal de contas, continuamos a quebrar regras, a fazer birras quando as coisas não correm como queremos, a dizer segredos no escuro aos melhores amigos, nunca deixamos de procurar conforto que desejamos e mesmo contra toda a lógica e experiência que a vida nos vai dando, nunca perdemos a esperança de vir a ser adultas…
07 julho 2009
Começar de novo…
Sim eu sei que não é assim que se resolve o presente mas as vezes, é difícil resistir…
Quase sempre é um acontecimento que nos faz sentir esta vontade de recomeçar…
Acreditamos numa nova esperança, uma forma nova e diferente de viver e olhar para o mundo, tentamos sempre esquecer os velhos maus hábitos, memórias menos boas antigas…
Se é importante nunca deixar de acreditar que se pode sempre recomeçar de novo, também não devemos esquecer que no meio de tanta coisa que tentamos deixar para trás, existem algumas que vale sempre a pena mantermo-nos ligados…
30 junho 2009
Esperança…
Porém coisas extraordinárias acontecem e ao contrário dos meus piores julgamentos, nesses instantes tudo parece possível, a esperança nasce, a dor diminui, o cinzento ganha luz…
Encho-me de expectativas, expectativas dos caminhos que irei traçar, das pessoas que irei ajudar, da diferença que farei...
Grandes expectativas sobre quem serei…
Sempre acreditei que seria grande...
É nesse momento que o esperado, simplesmente acaba em... comparação com o não esperado…
Embora sendo o esperado que me mantêm firme… ele é apenas o começo…
O não esperado... é o que muda a minha vida…
Ter esperança, é tudo o que me resta...
25 junho 2009
Celebrar...
E, ao fim de cada dia, o facto de termos tido coragem para ainda estarmos de pé...
23 junho 2009
Desejo...
21 junho 2009
Acreditar...
Mas o tempo em toda a sua nobreza acaba por nos fazer crescer. Um dia, abrimos os olhos e o conto de fadas desaparece… nesses momentos procuramos encontrar algo em acreditar e confiar, mas no final das contas, a fé é uma coisa engraçada. Aparece e desaparece quando menos se espera.
É como se um dia percebêssemos que o conto de fadas pode ser um pouco diferente do que sonhávamos. O castelo, bem, poderá não ser um castelo… e começa a não ser tão importante que se seja feliz para sempre, apenas que se seja feliz agora…
De vez em quando, muito raramente, as pessoas surpreendem-nos, e de vez em quando, as pessoas até podem tirar-nos a respiração, mas há outras vezes ainda que nos deixam com a alma vazia…
16 junho 2009
Demasiado...
Demasiada informação…
Quando é que tudo é demasiado para aguentarmos?
12 junho 2009
Valeu a pena...
Mas a vida tem me dado algumas certezas, o amor, bem como a vida, passa por tomar decisões, por vezes fáceis mas outras extremamente dolorosas.
Sempre acreditei que as vezes, estamos destinadas a ficar junto de alguém mas apenas algum tempo, e depois lentamente o tempo acaba… sinto que se soubéssemos de antemão talvez tudo ficasse melhor pois com toda a certeza iríamos aproveitar ao máximo, todo o presente.
Sempre achei que quando crescesse iria controlar facilmente o meu destino, nunca iria deixar que nenhum amor ou coisa parecida me arrastasse….
Cada vez mais acredito que, em grande parte, o amor tem a ver com escolhas… tem a ver com pousar o veneno e o punhal de todos os nossos medos e incertezas e criar o nosso próprio final feliz, mas se por vezes e apesar das nossas melhores escolhas e das nossas melhores intenções, o destino ganhar, temos que conseguir dizer sempre:
Valeu a pena.
08 junho 2009
Adiar…
Questiono-me... e se estiver enganada? E se cometo um erro que não posso desfazer?
Eu guardo sempre tudo até ao último minuto… e depois nesse instante acabo por perceber que o tempo certo para dizer as coisas já passou…
Sempre que hesito perco e nunca poderei fazer de contas que não me avisaram…
Passamos o tempo todo a ouvir os ditos, a ouvir os filósofos, a ouvir os nossos avós a falarem do tempo perdido, até chegamos a repetir todas as balelas dos poetas a dizerem-nos para vivermos o momento… mas mesmo assim, às vezes, temos de ver por nós mesmos, temos de cometer os nossos erros, temos de aprender as nossas lições, temos de varrer a possibilidade para baixo do tapete do amanhã, até não podermos mais, até que finalmente percebamos que saber é melhor do que imaginar, que acordar na realidade é melhor do que dormir no sonho… e que até o maior e o pior dos fracassos, o mais crasso dos erros, é melhor do que nunca tentar…
Sabendo tudo isto, porque continuo a flagelar-me e a adiar?
01 junho 2009
If it be your will...
Gosto de me confrontar, repreendo-me e exijo tanto de mim que acabo por pedir demasiado aos outros… por vezes sinto que posso tanto…
As palavras agitam-se no meu pensamento, querem sair de mim, apressadas quase como em fuga, nada permanece… não tenho certezas sobre nada, não tomo decisões… mas assim também não posso viver…
23 maio 2009
Da lamechas para Ti…
Falta-me algo…
Começa a ser constante esta sensação de vazio…
Dou comigo a esperar com uma paciência absurda de quem nada deseja ou anseia…
Fica-me a vontade de nada fazer e perco-me em mil pensamentos e em mil indecisões…
Ai que vontade enorme de ser soberana a todos estes sentimentos…
Dou comigo a declarar as minhas inúteis vontades sem abrir a boca…
Ai se tu visses agora os meus olhos, tanta coisa te diriam…
Não sei onde nos levará, mas sei que enquanto durar a viagem o tempo não contará…
Sabes…
Penso muito em ti…
Que mais posso eu fazer para além de gostar assim tanto de ti…
17 maio 2009
... Enclausurada...

Abafo o mundo na solidão
renasço no negro de mim
para num só segundo voltar a morrer
e assim foi...
o renascer
tudo é passado... a cada momento...
e uma vida foi... e uma vida vem...
e o vazio... esse...
só eu sei...
só eu sinto...
só eu pressinto tudo o que contém...
e assim se dita...
o morrer... e o renascer...
o viver... e o esquecer...
assim se faz a história, assim se perde a memória...
Assim permaneço... enclausurada nas muralhas de mim...
o mundo é o meu pastor... a solidão o meu inimigo...
deito o meu ser então...
nas garras do punhal mortal...
adormeço...
na solidão...
13 maio 2009
Para ti...
Será que os sonhos ficam sem destino quando não é possível materializá-los ou sequer compreende-los totalmente?
Quando sonhamos na noite, ultrapassamos a realidade dos objectos das coisas mas quando sonhamos de dia atribuímos-lhe outro valor real além do valor aparente e a maior parte das vezes surgem-nos assim de repente duma maneira totalmente nova…
Hoje, agora, neste instante, atrevo-me a lembrar o sonho…
Não sei se outrora estava indecisa entre o céu e a terra… mas hoje tu és a minha inquietação e a minha esperança.
As vezes, apelo ansiosa ao meu anjo implorando e quase exigindo que ele me assista nos meus desfalecimentos de ânimo e nos meus rasgos de vaidade, sem demora e sem piedade e imploro que encontre a noite interior da incerteza da dúvida e da angústia da alma… e nesse instante tudo se resolva, tudo se defina e em tudo se encontre paz…
Fica a certeza que de tudo o que há-de vir nasce a esperança e de tudo o que passou nasce a saudade…
entre a pureza do branco, a brandura do cinzento e o terrível do preto…
11 maio 2009
Cansaço...
Quero imaginar o futuro…
Quantos anos ainda me esperam?
Que caminhos desertos ou de companhia me esperam?
E o passado que posso ver nele do que me sinto, me sonho, me alegro ou me sucumbo?
O meu futuro será este instante desértico, ou será tudo aquilo que me projecto.
Lembro-me da minha infância, de tudo o que me ofendeu ou sorriu, o que sou vem daí e sou eu ainda agora ofendida ou risonha, a vida é cada instante, cada eternidade onde tudo se reabsorve…
O que sonho mal é um sonho porque o espero violentamente…
Terei pois como destino esta agitação constante de nada? Será pois uma ilusão o termo da minha luta esse termo que eu me invento talvez só para a dignificar?
Sei o que quero, porque eu sei o que desejo, mas pode a vida não sabê-lo, a vida também sou eu, o que ignoro de mim amanhã também é a minha vida.
De que segredos se resolve uma vida? De que pressões, obstáculos, sacrifícios?
Aquilo de que falo está dentro de mim, sou eu...
se algum crime houve em mim, foi só o de ter nascido.
04 maio 2009
Poderia...
A tua morte seria demasiado fugaz, não seria satisfatória.
Ir-me-ia faltar algo…
O prazer da dúvida e da incerteza.
Ainda te espero, aguardo paciente, um último golpe, o mais profundo.
Aquele que irá juntar as lágrimas outrora silenciosas ao soluçar desmesurado da dor total.
E onde reside esta dor magnânima e prepotente?
Em mim…
É em mim que residem, suspeitos estes sentimentos exacerbados e explorados ao limite.
Afinal admito, é assim que sobrevivo, apenas com sentimentos extremos.
Só a dúvida te fará permanecer dentro, em mim.
Sou demasiado complicada para ti…
Olho-te e vejo uma massa disforme ansiosa de ser moldada…
Pediste-me um livro para descodificar códigos e acessos e eu entreguei-te mas não me dei a mim…
Mas eu falei para ti…
Com a alma nos olhos e o coração, traduzindo em palavras indecisas e incertas como as aparições da lua…
Tudo pendente do tempo… As vezes, fui tua em breves olhares… mas dar-me a ti… como?
Se nem eu me tenho!
28 abril 2009
Solidão...
20 abril 2009
Vens...
Sonhei ainda que era rainha das ondas… do céu eterno… e da penumbra dos mais tristes… e porém senti-me inferior…
o adeus e o arrependimento….
A solidão reconfortante….
a escravidão das palavras que deixamos fugir…
a posse das palavras por dizer…
09 abril 2009
Paz...
Tenho no entanto uma decisão tomada, se neste cruzamento tiver que optar entre o caminho da esquerda ou o da direita, não serão os factos passados que me irão ainda ajudar a decidir…
Ignoro ambas as saídas e sigo um outro rumo… sozinha é certo, mas assim mais leve, porque este peso na consciência é que me está a matar aos poucos…
Esta tristeza é que me consome e torna assim insensível e desesperadamente trivial…
Sinto-me indefinida, dominada por uma bipolarização de sentimentos, desejos, emoções distantes e opostas, como a noite do dia, que fazem no entanto parte de um mesmo ciclo. Completam-se, quase consigo encontrar duas pessoas que habitam em mim…
Mas são algo difíceis de distinguir, não é tão relativo quanto o bem e o mal… antes fosse…
Hoje confessaria tudo… confessar? Não como quem confessa que pecou… eu não pequei…
Esta sede incomoda-me a alma… sinto-me desidratada e não encontro a fonte de calor que me seca e consome…
Quero ter coragem, abrir bem a boca, encher o peito de ar e gritar a minha individualidade… deixar de vez estes sentimentos que me proíbem de viver a independência com a liberdade que me cabe de errar se assim tiver de ser…
Sufoco…
Começo a capitular…
Quero paz…
03 abril 2009
Sentir...
31 março 2009
Hoje...
Não vou falar de felicidade ou da sensação de realização plena que o mundo inteiro apregoa como a busca máxima de uma existência…. O que eu penso é algo simples mas de uma simplicidade que incomoda… chega até a ser estúpida…
Porquê dizer amar em vez de gostar? Porquê dizer adeus em vez de até breve?
É nestas enormes diferenças de palavras que se criam sombras que nos perseguem vida fora… hoje uma dúvida, amanhã uma questão… e a não certeza dura… alonga-se… arrasta-se lentamente cobrindo toda a nossa existência, assim tão lentamente como quando a noite invade a luz do dia…
Gostava por vezes de possuir a capacidade de me trivializar, de me banalizar um pouco e ceder ao movimento irracional… no entanto o meu coração é um vasto cemitério e o peso na consciência a corda que me irá enforcar….
Ensinaram-me o eterno presente… e eu… acreditei…
22 março 2009
Pena de mim...
17 março 2009
Recomeçar...
15 março 2009
Histórias para adormecer...
25 fevereiro 2009
Frágil...
Talvez fosse melhor que o meu lado racional se apoderasse de vez de mim, me tomasse totalmente para que este sentimentalismo se evaporasse por completo… Orgulhosamente só? … Eternamente só? … E o que é a eternidade… não existe tal coisa…
Viverei enquanto me recordarem… quando fechar o último olhar chegará o esquecimento profundo e total da minha passagem por este mundo… virá uma maré cheia que apagará as minhas pisadas…
E os outros viverão muito mais em mim? Esses sim… Eternamente… que o meu coração embora feito depósito de amarguras e lembranças tristes… também é feito das águas que matam a sede… mas não a minha, nunca a minha…
21 fevereiro 2009
... Memórias...

De todos aqueles que por ali passam, num auge de plenitude de viver cada retalho monumental da natureza…
De todos aqueles que por ali pousaram os seus olhares, quiçá oprimidos ou reprimidos, repletos de cumplicidade ou nostalgia…
De todos aqueles que por ali reviveram memórias ou desbravaram aventuras…
De todos aqueles que por ali passaram… Quantas almas repousaram nos braços bravios da natureza…
Se por um só momento libertam as libertinas amarras em que vivem em escravidão, toda a multidão viverá em eterna comunhão… Mas quão ambíguos, egoístas, promíscuos e desordeiros será cada um daqueles seres que por ali passaram…
Nem tu, nem eu, nem a multidão viverá desses retalhos… Suprimimos cada pedaço que renasce em nós de um ser melhor e mergulhamos na imensa auto-contaminação de nós mesmos… Pois tudo findará e apenas restarão memórias desfocadas e lembradas com um sorriso…
E tudo se perde… Por um só momento seguinte…
Cada etapa… Um enclausuramento de nós em nós…
Um dia, tudo será… Apenas memórias…
18 fevereiro 2009
Anónimo...
16 fevereiro 2009
Momentos...
Tenho urgência de parar… nem que seja apenas por momentos… terei talvez urgência de começar, algo de novo… sinto essa fúria, pressa e agressividade de começar, escrevo com rapidez e angustia de quem tenta libertar-se das malhas da rede que sufoca…
Renegar à pressão… ao vazio… mas as asas negras continuam a atormentar-me… Hoje nada sei… não respondo a nada nem a ninguém, as janelas agitam-se ao sabor dos ventos frios… não sei o que anunciam mas estranhamente começo a acalmar… a morrer aos poucos desta ânsia de tudo ser e tudo querer e não vencer… melhor teria sido não ter dito nada e talvez riscar de todas as cores e com todos os sentidos criando caminhos bloqueados sem fim nem saída…
13 fevereiro 2009
Há dias assim…
Não é que nesses outros dias minta, mas quando estou assim como hoje consigo demitir-me do antigo poder de tudo controlar, de para tudo ter uma resposta…
Quando assim estou, deixa de me magoar a incompreensão e consigo desistir da contínua luta para o bem de todos… ora bolas… cada um sabe de si, continuarei prestável, mas não disponível para tudo.
Tenho dias em que a frustração vence a sensação de falta de atenção, outros há em que me sinto detentora de asas que me permitem voar mais longe e só…
Acredito na libertação da alma….
Sei que não me devo dar a conhecer e muito menos devo explicações…
Existo…
Ponto final…
12 fevereiro 2009
... Solidão...

Serás teu único alimento...
O mundo gira, num frenezim alucinante... O vento urge como laminas que te trespassam nesse teu corpo imóvel à sua passagem... Nesse teu jazigo pessoal derramas os teus íntimos e insanes pensamentos e na tua solidão apodreces lentamente...
Teu único alimento serás...
Teu veneno mortal...
A tua solidão...
05 fevereiro 2009
Desilusão...
02 fevereiro 2009
Ausente...
Onde estará a minha ponte de passagem entre o que me desconheço e o que me procuro?
30 janeiro 2009
Canto...
Se vivêssemos para sempre, não acharíamos que o tempo de viver é pouco para realizarmos tudo o que está ao nosso alcance?...
27 janeiro 2009
Cansada...
25 janeiro 2009
22 janeiro 2009
Sim e não...
... Contrariedades...
19 janeiro 2009
... Vício...

18 janeiro 2009
Ainda hoje...
16 janeiro 2009
... Descida vertiginosa...
10 janeiro 2009
Até...
07 janeiro 2009
... Insanidade na corrida do tempo...

Julgamos cada passo que nos encaminha sob a luz ou escuridão, pois quando a meta de cada rota é alcançada tudo se assemelha a algo imperfeito, rodeado de lacunas, pois o nosso percurso fez-se de erros e decisões vãs.
Recosto-me, neste meu recanto solitário…
Recordo todos aqueles rostos que se cruzam com o meu olhar… Desconhecidos e ainda assim intrigantes, pois,
Em cada olhar uma vida…
Em cada vida, um segredo…
Em cada segredo, um sentimento…
Em cada sentimento, uma alma…
Inerente ao passado de cada um,
um traço facial diferente…
Uma frieza mais ou menos perceptível…
Medos…
Sombras…
Fantasmas…
Quanto rebuscamos em nós a obra já escrita e publicada da nossa vida?
Não somos livros de prateleira de livraria cujas edições são revistas para corrigir as falhas existentes. Somos, em cada passo, uma reacção irreversível, cujos reagentes, por mais que sejam adicionados, jamais voltarão a formar o produto final, pois… De todos eles há um intocável…
O tempo, reagente limitante das nossas vidas, inalterado…
Cada momento, cada retalho de um dia, será sugado apenas uma só vez, porque na corrida implacável do relógio nada pára, nem nada lhe pode ser adicionado.
Consumimos então a sanidade de nós, conjecturando hipóteses já ultrapassadas que em nada nos permitem a evolução…
E… Quantos são aqueles que se escondem em personagens de si mesmos?
Quantos aqueles que cobardemente soltam linhas ao acaso, criando um público, um todo a quem chamam “vós”, quando no fundo são palavras articuladas para o espelho de si mesmos?