07 janeiro 2009

... Insanidade na corrida do tempo...


Sombras ondulam suavemente na imagem de cada mente sonhadora… Fantasmas assombram cruelmente cada alma sofredora…

Julgamos cada passo que nos encaminha sob a luz ou escuridão, pois quando a meta de cada rota é alcançada tudo se assemelha a algo imperfeito, rodeado de lacunas, pois o nosso percurso fez-se de erros e decisões vãs.

Recosto-me, neste meu recanto solitário…
Recordo todos aqueles rostos que se cruzam com o meu olhar… Desconhecidos e ainda assim intrigantes, pois,
Em cada olhar uma vida…
Em cada vida, um segredo…
Em cada segredo, um sentimento…
Em cada sentimento, uma alma…
Inerente ao passado de cada um,
um traço facial diferente…
Uma frieza mais ou menos perceptível…
Medos…
Sombras…
Fantasmas…
Quanto rebuscamos em nós a obra já escrita e publicada da nossa vida?
Não somos livros de prateleira de livraria cujas edições são revistas para corrigir as falhas existentes. Somos, em cada passo, uma reacção irreversível, cujos reagentes, por mais que sejam adicionados, jamais voltarão a formar o produto final, pois… De todos eles há um intocável…
O tempo, reagente limitante das nossas vidas, inalterado…
Cada momento, cada retalho de um dia, será sugado apenas uma só vez, porque na corrida implacável do relógio nada pára, nem nada lhe pode ser adicionado.
Consumimos então a sanidade de nós, conjecturando hipóteses já ultrapassadas que em nada nos permitem a evolução…
E… Quantos são aqueles que se escondem em personagens de si mesmos?
Quantos aqueles que cobardemente soltam linhas ao acaso, criando um público, um todo a quem chamam “vós”, quando no fundo são palavras articuladas para o espelho de si mesmos?
Somos o que de nós esperam, ou assim tentamos, pois se cada alma falasse…
Quantos seriam aqueles acusados de lucidez?

1 comentário:

Anónimo disse...

cool o teu blog... tb já não te posso responder... vou guardar nos favoritos para espreitar as linhas das tuas formas de beijar a alma...