Quando chega a hora dos mágicos cansaços,
entrego-me nos braços da saudade e toda a noite sonho...
e vagamente acordo...
os lábios finos abrem-se num tremor e os meus olhos tristes sorriem...
tenho a alma toda envolvida na carícia dolorida duma saudade...
Sonhando quando nas horas mágicas, o sol doirado morria conhecendo a noite que deixava, harmonias ancestrais beijavam nossos ouvidos, nas sombras do quarto diluía-se docemente o perfil do teu corpo.
Eu, em frágil caravela, empurrada pelo vento vagabundo, perdia-me no teu ser, olhavas para mim, um olhar ora descuidado, ora desconfiado, mas sempre feliz.
Na escuridão completa, conseguia ver bem o teu rosto, no silêncio absoluto, ouvia bem a tua voz.
Na aldeia muda e calma, ficávamos mãos dadas a sonhar, tudo a nossa volta era sentimento, amor e piedade, a noite que caia era alma que subia...
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