18 janeiro 2006

Tempestade...

A saudade avança cautelosa... fita-me de longe, constrangida, mas saúda-me com o seu olhar arrogante... sabe-me sua dependente... a saudade é uma droga viciante... não falo mais de ti.
Já te disse como fica o hoje? Já te falei do frio que tem feito nestas noites longas onde nem o luar nos aquece? Agora diz-me como me sentes? Como me tocas com a tua ausência? Ainda à pouco dei por mim no passado... as vezes sou um puzzle repleto de peças em falta... estou cansada, muito cansada... em breve o silêncio vencerá...

4 comentários:

Cantinho da pepper disse...

SAUDADE... é uma dor que nos consome a alma!
Beijinhos

Grace disse...

As peças de um puzzle têm se ser experimentadas, e nunca devem ser forçadas a integrar-se no conjunto. INTEGRAR-SE, fazer o conjunto tornar-se inteiriço, UNÍVOCO. Eu, que adoro puzzles, também sei que as que não encaixam agora com o tempo encontram o seu devido lugar, e nos espaços vazios que ansiamos preencher vão entrar as peças que sobram de entre as que depressa se encaixam. Não pode haver pressa e inquietação a construir um puzzle, senão ele vence-nos e acabamos por nunca conseguir alcançar a totalidade desejada. Paciência é uma virtude que traz luz e é mais forte que as tempestades.
(É terrível quando as retóricas lógicas apaziguam as inquietações mais ferozes... era mais bonito, romanticamente dramático, se não houve discurso que lhes valesse, que as dominasse, mas há. Sê objectiva, vai-te ajudar a relativizar as tempestades)

Anónimo disse...

O silêncio nunca vence, aborda, ronda, mas não vence. Calam-nos as palavras, os desejos, as expectativas, o amor ao outro. No frio encontras a clareza do teu pensamento, a saudade alimenta-te o já vivido.

Anónimo disse...

As tuas palavras estão cada vez mais profundas, elas falam dos sentimentos que muitos temos medo de sentir, de falar deles!
Beijos
Edy