
Viajo no meu pensamento recordações de horas mágicas vividas, lembro o sol doirado desvanecendo e dando luz a noite, naqueles momentos mágicos harmonias ancestrais beijavam os nossos ouvidos, sombras pintadas nas paredes do quarto diluíam docemente o perfil do teu corpo. Naqueles instantes eu era apenas uma frágil caravela, empurrada pelo vento vagabundo…
Sentia o teu olhar ora descuidado ora desconfiado mas sempre feliz e eu perdia-me no teu ser…
Na escuridão completa, conseguia ver bem o teu rosto, no silêncio absoluto, ouvia bem a tua voz.
Finalmente chegávamos à aldeia muda e calma e por ali ficávamos mãos dadas a sonhar, tudo a nossa volta era sentimento, amor e piedade e a noite que caia era alma que subia.