09 abril 2009

Paz...

Admito e reconheço uma falta de coragem que me enoja ao aperceber-me da causa… a solidão que tanto aprecio começa a assustar-me…
Tenho no entanto uma decisão tomada, se neste cruzamento tiver que optar entre o caminho da esquerda ou o da direita, não serão os factos passados que me irão ainda ajudar a decidir…
Ignoro ambas as saídas e sigo um outro rumo… sozinha é certo, mas assim mais leve, porque este peso na consciência é que me está a matar aos poucos…
Esta tristeza é que me consome e torna assim insensível e desesperadamente trivial…
Sinto-me indefinida, dominada por uma bipolarização de sentimentos, desejos, emoções distantes e opostas, como a noite do dia, que fazem no entanto parte de um mesmo ciclo. Completam-se, quase consigo encontrar duas pessoas que habitam em mim…
Mas são algo difíceis de distinguir, não é tão relativo quanto o bem e o mal… antes fosse…
Hoje confessaria tudo… confessar? Não como quem confessa que pecou… eu não pequei…
Esta sede incomoda-me a alma… sinto-me desidratada e não encontro a fonte de calor que me seca e consome…
Quero ter coragem, abrir bem a boca, encher o peito de ar e gritar a minha individualidade… deixar de vez estes sentimentos que me proíbem de viver a independência com a liberdade que me cabe de errar se assim tiver de ser…
Sufoco…
Começo a capitular…
Quero paz…

6 comentários:

Anónimo disse...

A solidão também é uma coisa bastante curiosa… Conheço todas as suas variantes. O tédio que queres afastar em vão, com um modo de vida construído artificialmente. Depois as crises súbitas. Uma pessoa vive, segundo uma ordem rigorosa, até que um dia perde a cabeça e se descontrola. Mas é pior quando uma pessoa reprime essas emoções que foram acumuladas na alma pela solidão. Vive, espera, mantém a ordem. Vive, como os monges, segundo um regulamento pagão, laico… mas para o monge é fácil, porque tem fé. Essa pessoa que entregou a sua alma e o seu destino à solidão, não tem fé. Apenas espera. Espera aquele dia ou hora em que possa discutir mais uma vez com a pessoa ou pessoas que o levaram àquela situação, tudo o que o obrigou a aceitar a solidão. Arruma tudo na sua vida, para depois não dever nada a ninguém, caso seja morto no duelo. E pratica todos os dias, como fazem os esgrimistas profissionais. Com que é que pratica? Com as suas recordações, para que a solidão e o fascínio do tempo não apazigue nada na sua alma e no seu coração. Porque existe um duelo na vida, sem espadas, para o qual vale a pena preparar-se bem. E esse é o mais perigoso Mas um dia chega o momento. Tu também pensas assim?

Luciana disse...

Gostei muito da forma como escreveu esse texto. As respostas para os seus anseios estão dentro de você mesma, não se esqueça disso. Espero que você as encontre e que seja feliz, sem deixar as adversidades tomarem conta de você!

Um abraço!

Luciana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
g disse...

Hidrata-te miúda, porque uma alma sedenta nunca poderá estar em paz.

Bjs

chrysaliis disse...

Palavras para quê... identifico-em totalmente com teu texto. Também eu me sinto aprisionada em sentimentos, não de amor, que esse já lá vai, mas de revolta, medo e insegurança, que me impedem de viver totalmente feliz...

1 beijo

Anónimo disse...

Onde não há AMOR, não há paz... A alma fica sedenta porque seca... A pessoa sente-se num vazio, e sente que nada o preenche... Tenta desesperadamente procurar exteriormente o que só encontrará dentro de si próprio...E nós que te lemos com alguma atenção, poderemos dizer...Que não somos nem a água, nem o poço onde ela nasce...Mas podemos ensinar-te o caminho para ele... Se realmente tiveres sede!...