09 fevereiro 2014

Carta...

Tantas vezes lembro sem parar a primeira noite em que de tanto falarmos comecei a sonhar, gostava que estivesses aqui, agora, comigo a partilhar em silêncio a noite fria que desce empurrada pelo vento e pela chuva e nos bastasse apenas o calor dos nossos olhos...
Foram tantos os dias que te chamei sem gritar, que te sonhei sem dormir... agora... agora, olho para trás e já não encontro o meu rasto onde guardava tantos momentos de vida, decerto perdeu-se na silêncio que nos separa... ou então terá fugido de mim…
Perdi o tempo em que quando pensava em ti pensava no futuro alegremente, hoje quando muito, se penso, só penso no passado...
Deixa lá o que há em mim é sobretudo cansaço, sim cansaço da subtileza das sensações inúteis, das paixões violentas por coisa nenhuma, de amores intensos, essas coisas todas, tudo isso faz um cansaço...
Quem me mandou a mim amar o infinito, desejar o impossível, querer tudo ou ainda um pouco mais e outras vezes não querer quase nada...

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