Eis-me
a pensar enquanto a noite envolve a terra, olhos poisados na ausência. No alto
uma estrela triste, as pálpebras descerra lançando noite dentro o claro olhar
piedoso tornando o momento calmo e repousante.
A
minha alma abandona-se ao sabor dos enganos, cheia de dor, antegozando já
quimeras pressentidas que mais tarde hão-de vir com o correr do tempo.
Mas
de quem é esta saudade que meus silêncios invadem, que de tão longe me vem?
De
quem é esta saudade, de quem?
Daquelas
mãos só caricias…
daqueles
olhos de apelo…
daqueles
lábios de desejo…
e
estes dedos engelhados?
e
este olhar de vã procura?
e
esta boca sem um beijo?
De
quem é esta saudade que sinto quando me vejo…